A Santa Casa da Misericórdia de Alandroal requalificou o lar de idosos e para o efeito contou com apoio do Fundo Rainha Dona Leonor

Apesar do frio que se fazia sentir, foram muitos os convidados que marcaram presença, no dia 10 de dezembro, na inauguração do Lar Nossa Senhora de Fátima, da Misericórdia de Alandroal, após a recuperação e requalificação de que foi alvo. A obra custou 360 mil euros e contou com apoio de 160 mil do Fundo Rainha Dona Leonor (FRDL).

Segundo a provedora Maria Dulce Gonçalves, o fundo foi “essencial para conseguirmos chegar até ao dia de hoje. Este apoio, que já auxiliou muitos projetos, é ótimo para ajudar as Misericórdias, espero que no futuro continuem a ajudar mais e mais”.

Para o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que marcou presença na inauguração, o FRDL “é uma forma da Santa Casa de Lisboa, que de facto tem muitos recursos, ajudar as suas congéneres do país inteiro em coisas que podem parecer pequenas intervenções, mas que ajudam a mudar muito a vida das pessoas e a vida das instituições”.

E a mudança chegou à instituição do interior alentejano, que investiu no bem-estar dos idosos. “Falhava muita coisa, mas o objetivo principal da obra era, precisamente, oferecer as condições ideais de conforto aos utentes. A qualidade que podemos oferecer aos nossos idosos melhorou bastante”, referiu a provedora.

Todavia até chegar à meta final foi preciso percorrer um longo caminho e ultrapassar alguns obstáculos. Por isso, o presidente Manuel de Lemos lembrou “a capacidade de resistência da provedora de Alandroal para que as coisas se realizassem”.

“Foram três anos com muitos constrangimentos, complicações com o empreiteiro, enfim foi sem dúvida um período desgastante que causou transtornos a todos nós”, explicou Maria Dulce Gonçalves. Transtornos que não fecharam as portas do lar que durante as obras manteve-se a funcionar. “É muito difícil fazer uma obra de reconstrução, foi preciso andar continuamente a movimentar os utentes”.

Mas nem as dificuldades travaram a obra, o caminho escolhido foi o de seguir em frente sem olhar para trás. O passado já lá vai, é história, o futuro é mistério e o presente é aqui e agora.  Já com a placa descerrada, o Lar Nossa Senhora de Fátima conta com instalações sanitárias e banhos nos quartos, uma sala de estar nova, um espaço de fisioterapia, sistema de vigilância.

“Remodelámos ainda a cozinha, a lavandaria e os serviços administrativos, adaptámos as instalações com todos os requisitos legais de higiene e segurança, restruturámos a rede elétrica e de esgotos, foram tomadas em conta algumas questões relacionadas com a eficiência energética, temos rede de comunicações e informática em todos os espaços e possuímos também um bonito jardim ainda em construção”. Em cima da mesa está também a intenção de “criar uma pequena capela, um espaço de culto, de recolhimento, de reflexão”, realçou a provedora.

Depois de uma visita guiada às novas instalações, o presidente da UMP manifestou contentamento com aquilo que viu. “Estas condições oferecem uma vida melhor aos idosos, digo isto porque conhecia as instalações e, portanto, tenho a noção exata do que foi a intervenção. Posso dizer que foi desenvolvido um trabalho fantástico”.

Um complicado e desgastante percurso que chegou ao fim e, segundo a provedora Maria Dulce Goncalves, “resiliência, paciência e esperança” foram os pilares que sustentaram a longa e dura obra do Lar Nossa Senhora de Fátima, que conta com 70 utentes e cerca de 40 funcionários.

Recorde-se que o FRDL foi criado pela Misericórdia de Lisboa, em parceria com a União das Misericórdias Portuguesas, para apoiar os valores e as atividades das Misericórdias de todo o país.  Inês Dentinho, do conselho de gestão do Fundo, também esteve na inauguração da obra.

Voz das Misericórdias, Ana Machado