Nos momentos difíceis torna-se ainda mais importante assinalar efemérides que reforçam a esperança de que tudo vai ficar bem

É nos momentos mais difíceis que se torna ainda mais importante assinalar pequenas efemérides que nos devolvem um sorriso e reforçam a esperança de que tudo vai ficar bem. Foi assim em algumas Misericórdias portuguesas que, apesar do tempo de crise e incerteza que vivem devido à Covid-19, não deixaram de assinalar o Dia de São José, tradicionalmente conhecido como dia do pai, com mensagens carinhosas e de alento, pequenas lembranças e até sessões fotográficas. Foi assim nas Santas Casas de Alvaiázere, Guimarães, Freixo de Espada à Cinta e Vila de Rei.

Em Alvaiázere (na foto), conta-nos Salomé Martins, animadora sociocultural do lar de idosos, o dia do pai é sempre comemorado com um almoço fora de portas oferecido pela mesa administrativa aos “senhores que frequentam a instituição”. No entanto, “com esta pandemia tivemos de mudar de planos e fizemos uma sessão fotográfica na qual pedimos aos utentes para deixarem frases sobre dia do pai”.

“Tenho saudades dos meus filhos”, “sejam amigos dos pais” ou “espero que esteja tudo bem e com muita saúde” foram algumas das mensagens que acompanharam os retratos e que, após publicação no Facebook da instituição, mereceram rasgados elogios. Mas as surpresas não se ficaram por aqui. Os utentes receberam ainda um “frasquinho pintado por eles com bombons”, uma lembrança singela, “mas que os alegrou ainda mais”.

Também em Freixo de Espada à Cinta os utentes fizeram uma pequena sessão fotográfica e receberam um “miminho”. Em conversa com o VM, Ângela Martins, educadora social do lar de idosos, disse que esta “atividade estava contemplada no plano anual”, mas reforçou que “dada esta pandemia é ainda mais importante fazer estas atividades e manter as rotinas.”

Aos utentes foi ainda entregue uma “caixinha com bolinhos que foram feitos pelas senhoras, noutra atividade”, referiu.  Na vila transmontana também os utentes de centro de dia, que por estes dias permanecem nas suas casas, e os da unidade de cuidados continuados receberam uma caixinha com bolinhos como forma de marcar a efeméride.

Na Santa Casa de Vila de Rei, o Centro Geriátrico Nossa Senhora da Esperança ia realizar pela primeira vez “um convívio entre pais e filhos” contou ao VM a diretora técnica Cristina Alves. Mas, com a impossibilidade de levar esta ideia avante, tiveram de improvisar. Os idosos deitaram mãos à massa e fizeram “bolinhos de coco e umas molduras com fotografias que as famílias nos enviaram com frases sobre o dia do pai”.

Em Guimarães, segundo nota publicada nas redes sociais, as comemorações do dia do pai foram realizadas em todas as respostas socias, num dia marcado “por uma oração dedicada a todos os pais” e pela oferta “a cada pai de um terço realizado pelos utentes”. Houve ainda tempo para assistirem a um filme “com direito a pipocas” e não faltaram as videochamadas dos “familiares para felicitar os pais neste dia especial”.

Este foi um dia do pai diferente para os utentes das Misericórdias portuguesas, sem abraços, sem beijos, mas com a certeza de que tudo vai ficar bem e que todos os dias, depois da tempestade passar, vão ser bons dias para abraçar e beijar os pais.

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves

Fotografia: Misericórdia de Alvaiázere