A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) retomou o projeto de inventariação do património móvel das Misericórdias, na primeira semana de agosto, no âmbito de um acordo de parceria com a Santa Casa de Lisboa. Durante dois anos, uma equipa de técnicos coordenados pelo Gabinete do Património Cultural da UMP vai proceder ao levantamento e registo de todas as peças integrantes do acervo de 30 Misericórdias na região do Alto Alentejo.

Segundo José Augusto Silveira, vogal do Secretariado Nacional da UMP responsável pela área do património cultural, a retoma deste programa, ao abrigo da parceria entre a UMP e Santa Casa de Lisboa, é determinante para conhecer e valorizar o património das Misericórdias. “A base de toda a segurança do espólio das Misericórdias é o seu inventário. Sem saber devidamente os bens que possuímos e conhecermos o seu valor artístico e simbólico, não teremos condições de os preservar, restaurar e divulgar convenientemente”.

Numa primeira fase, está previsto identificar, fotografar e marcar todas as peças, no terreno, seguindo-se o processo de tratamento de imagem, estudo e registo na plataforma informática (software Matriz), em estreita articulação com as Misericórdias envolvidas.

Uma vez que a realidade patrimonial é diversa, em tipologia e quantidade de peças, o responsável da UMP acredita que poderão “vir a inventariar mais algumas Misericórdias”, além das 30 previstas, no decurso do projeto.

Depois de concluída esta intervenção, que vai permitir ter um total de 120 Misericórdias inventariadas, o Gabinete de Património Cultural da UMP pretende dar seguimento ao projeto convocando Misericórdias com “outro tipo de inventário realizado, a migrar esses dados para a base conjunta da UMP, o que reforçará o universo do inventário do património móvel”.

Desta forma, será possível garantir a valorização e divulgação de um património que “representa no território nacional uma importante e excecional realidade patrimonial, artística e cultural”. Para José Augusto Silveira, “interessa, portanto, inventariar, preservar e valorizar esse património que nos legaram e que deve ser transmitido às gerações futuras”.

Voz das Misericórdias,  Ana Cargaleiro de Freitas