Durante séculos, ali se morreu, se nasceu, se curou tanta gente. O Hospital do Espírito Santo funcionou de 1425 até finais do século XX, altura em que encerrou portas. Agora, as memórias de um espaço que ainda está na memória de Tavira podem ser percorridas num novo núcleo museológico, inaugurado no dia 24 de junho.

Pinças, seringas, tesouras, o antigo relógio, produtos de farmácia, uma cama, o carimbo, dois brasões, fotografias de antigos provedores. Alexandra Rufino, do Gabinete de Património da Santa Casa da Misericórdia de Tavira, guia-nos pelas três salas do novo espaço, mostrando algum espólio exposto.

A ideia para criar este núcleo museológico começou há “cerca de três anos” e teve uma grande razão. “Nós tínhamos um espaço desaproveitado e uma igreja [a de São José que pertence ao hospital] fechada. Por isso, sentimos que tínhamos de aproveitar estes espaços e aí surgiu este sonho de criar um núcleo museológico”, explica a responsável ao Voz das Misericórdias.

Nas salas, cujo acesso é feito pela igreja, ainda se encontravam “algumas coisas” relacionadas com a enfermaria, mas o espólio, confessa Alexandra, “era escasso”. As pinças, seringas e tesouras expostas, por exemplo, foram doadas pela esposa do médico Jorge Correia que ali trabalhou durante anos. Já os produtos de farmácia, alusivos ao século XX, foram cedidos pela Farmácia Montepio, uma das mais antigas da cidade de Tavira.

“A nossa ideia é, no futuro, termos mais peças. A Administração Regional de Saúde, que explorou este espaço até ele ter sido encerrado, vai-nos oferecer ainda algum espólio porque o que queremos é guardá-lo e preservá-lo”, atira Alexandra Rufino.

“Não quisemos fazer um museu de arte sacra, mas, sim, algo sobre este edifício que foi tão importante e que ainda está nas memórias dos tavirenses”, acrescenta prontamente.

É que a história deste Hospital do Espírito Santo cruza-se com a própria história de Tavira nos últimos seis séculos. Pelo espaço, passaram não só tavirenses, como habitantes de concelhos vizinhos, peregrinos, mendigos e viajantes. Durante os primeiros séculos, este foi também um hospital estratégico e de retaguarda aos cruzados que combatiam em África.

Nas salas, cujo acesso é feito pela igreja, ainda se encontravam “algumas coisas” relacionadas com a enfermaria, mas o espólio, confessa Alexandra, “era escasso”. As pinças, seringas e tesouras expostas, por exemplo, foram doadas pela esposa do médico Jorge Correia que ali trabalhou durante anos. Já os produtos de farmácia, alusivos ao século XX, foram cedidos pela Farmácia Montepio, uma das mais antigas da cidade de Tavira.

“A nossa ideia é, no futuro, termos mais peças. A Administração Regional de Saúde, que explorou este espaço até ele ter sido encerrado, vai-nos oferecer ainda algum espólio porque o que queremos é guardá-lo e preservá-lo”, atira Alexandra Rufino.

“Não quisemos fazer um museu de arte sacra, mas, sim, algo sobre este edifício que foi tão importante e que ainda está nas memórias dos tavirenses”, acrescenta prontamente.

É que a história deste Hospital do Espírito Santo cruza-se com a própria história de Tavira nos últimos seis séculos. Pelo espaço, passaram não só tavirenses, como habitantes de concelhos vizinhos, peregrinos, mendigos e viajantes. Durante os primeiros séculos, este foi também um hospital estratégico e de retaguarda aos cruzados que combatiam em África.

“A história da saúde na cidade de Tavira ainda não está bem contada e isto é um pontapé de saída. Quem sabe, daqui a uns anos já conseguimos melhorar a exposição e aumentar o seu espólio”, diz Alexandra.

Numa das salas deste novo núcleo museológico, há também a homenagem a alguns provedores, bem como um antigo carimbo e uma urna de voto.

As salas que compõem o núcleo faziam parte do hospital. Os restantes espaços estão atualmente ocupados pelo Colégio Santiago Internacional, uma escola privada que leciona em Tavira.

Desde que abriu, o núcleo já tem cativado a atenção principalmente dos tavirenses. “Isto está ainda na memória das pessoas: há muitas que ainda se lembram aqui do hospital que, na altura, até era dos melhores da zona”, explica Alexandra Rufino.

Mas, além dessas memórias, o objetivo passa também por cativar os turistas, tornando-se mais um polo cultural desta cidade algarvia.

O núcleo museológico está aberto de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h30 e das 14h às 17h.

A inauguração do espaço fez parte dos festejos do feriado municipal de Tavira, que se celebrou no dia 24 de junho e contou com a presença de Ana Paula Martins, presidente da Câmara Municipal, e Pedro Nascimento, provedor da Misericórdia.

Voz das Misericórdias, Pedro Lemos