A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) aprofundou, no segundo dia do 14º Congresso Nacional, a relação entre o funcionamento e a sustentabilidade das Santas Casas no contexto socioeconómico atual.

Num cenário cada vez mais complexo, e de modo a assegurar a qualidade do serviço, a comparticipação do Estado fica sempre aquém do valor necessário para assegurar a resposta social para a população.

O segundo dia do congresso das Misericórdias portuguesas refletiu ainda sobre a responsabilidade do Estado na execução das políticas sociais, realçando a necessidade de se assegurar maior cooperação entre o Estado e Misericórdias no que respeita à execução de políticas públicas na área social e também de saúde.

Alguns programas de financiamento têm contribuído para o investimento em mais e melhores serviços, contudo importa assegurar o funcionamento desses serviços, cada vez mais exigentes do ponto de vista técnico e de recursos humanos. Num quadro de acelerado aumento do número da população idosa, as instituições de apoio a esta faixa etária têm-se deparado com desafios vários, entre eles, a necessidade de distinguir equipamentos e serviços em função de quadros clínicos e sociais.

Se há alguns anos, os lares eram habitados por uma maioria de pessoas ainda na posse das suas funções motoras e cognitivas, atualmente têm uma população marcada por doenças crónicas e demências. As respostas sociais, têm assim de acompanhar os anseios dos novos utentes e garantir uma abordagem multidisciplinar e digna de uma cidadania plena, pelo que é importante rever a comparticipação às Santas Casas.

Amanhã, o último dia do congresso, marcado pela sessão de encerramento com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa, vai ainda debater sobre os desafios para o futuro das Misericórdias, na perspetiva dos jovens provedores.

O que leva um jovem a dedicar a sua vida em prol de uma irmandade de Misericórdia? Onde começa e o que motiva esse percurso ligado ao bem-fazer? É possível conciliar o papel de provedor com outras esferas da vida, como a pessoal e a profissional? Quais os principais desafios de estar à frente de uma instituição secular? Onde está a inspiração e a força para desempenhar esse papel? Que conselhos para os jovens provedores do futuro? - São algumas das questões que serão aprofundadas no debate “O olhar dos jovens provedores sobre o futuro das Misericórdias”, presidido por José da Silva Peneda, Presidente da Assembleia Geral da UMP.

Sob o tema “Valorizar o passado, Viver o presente, Projetar o Futuro”, o 14º Congresso Nacional das Misericórdias tem contado com a presença de vários participantes e representantes das Misericórdias de todo o país, entre outras personalidades da sociedade portuguesa para refletir sobre o panorama atual e os desafios do setor social e solidário, bem como o contributo da economia social para o desenvolvimento do país e no apoio à população.