As Misericórdias de Peso da Régua e de Vila Real associaram-se ao Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, celebrado a 11 de fevereiro. Para o efeito, receberam atividades promovidas por investigadoras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Direcionadas para a geração mais jovem, as atividades da comemoração desta data rapidamente encontraram casa no Lar de Infância e Juventude “Casa da Criança”, em Peso da Régua, e no Lar-Escola Florinhas da Neve, em Vila Real.

Em Peso da Régua, a investigadora Sara Santos desafiou as crianças e jovens a pensar de forma diferente com a atividade “Cientistas Criativas: Criatividade em Movimento com o programa Skills4Genius”. Com um grupo de 12 raparigas entre os 12 e os 20 anos de idade, a atividade assumiu contornos diferentes do habitual e estimulou-as a “saírem da zona de conforto, recorrerem ao pensamento, projetarem-se no futuro”, diz Vera Moutinho, diretora técnica da casa de acolhimento.

As atividades foram acompanhadas pela psicóloga Filipa Andrade, que conta como “a Dia para celebrar mulheres e raparigas na ciência conversa fluiu naturalmente, as atividades eram muito vocacionadas para a prática, para a resolução criativa de problemas, para a atividade física também”.

“Para elas este tipo de abordagem acaba por ser mais adequada porque fá-las pensar, mas de forma divertida” e fê-las pensar também sobre o “empoderamento enquanto eventuais futuras investigadoras e cientistas do papel da mulher nesses campos”, afirmou a psicóloga.

Em Vila Real, mais de 20 crianças e jovens a partir dos cinco anos participaram na atividade, guiada pelas investigadoras Isabel Pires e Justina Oliveira, dedicada à veterinária, com o título “InvestigaCão”. Com a companhia do cão Loki, as crianças estavam todas atentas e aprenderam a fazer parte de um grande laboratório de investigação.

O contacto com as pessoas além das atividades também se revelou essencial. Algumas das raparigas mais velhas de Peso da Régua, com ambições académicas, “tiraram dúvidas acerca do trabalho da Sara e sobre espaços físicos da UTAD” porque planeiam estudar lá.

O caso é semelhante em Vila Real, uma vez que também têm algumas “boas alunas que estão a estudar na área das ciências, pelo que nos pareceu muito interessante para elas”, explica a diretora técnica, Rita Lisboa.

Tendo registado uma forte adesão, Filipa Andrade resume o sucesso destas iniciativas: “Às vezes temos de procurar estratégias para conversarmos sobre determinados assuntos”.

Voz das Misericórdias, Duarte Ferreira