O “sonho” surgiu há 20 anos, pela “visão e determinação” de um grupo de cinco mesários. Duas décadas depois, tornou-se realidade, após um investimento de cerca de 7,5 milhões de euros, concretizado sem qualquer apoio da Segurança Social ou programas de financiamento. As residências assistidas da Misericórdia de Alcobaça foram inauguradas, a 15 de outubro, numa sessão que serviu também para homenagear várias pessoas.

Visivelmente emocionado, o provedor Carlos Marques assinalou a ousadia dos mesários que, em 2005, “sonharam uma estrutura moderna e acolhedora, onde os residentes pudessem viver com autonomia, conforto e segurança”, e a coragem daqueles que contribuíram para a concretização da obra.

Constituídas por 53 apartamentos, 15 dos quais de arrendamento preferencial a colaboradores da instituição, as residências asseguram acompanhamento “24 horas por dia” e disponibilizam serviço de assistência médica, alimentação, enfermagem, lavandaria, limpeza e higiene do alojamento, que os residentes podem escolher em função das suas necessidades.

“É um espaço preparado para responder às novas necessidades da população sénior, garantindo conforto, segurança e qualidade de vida”, afirmou o provedor, sublinhando que a inauguração das residências, “mais do que o fim de uma obra”, começada em 2016, “é a continuidade de um legado”.

O mesmo sublinhado foi feito pelo presidente da Câmara de Alcobaça. “Mais do que inaugurar um edifício, celebramos uma ideia”, frisou Hermínio Rodrigues, para quem este é “muito mais” do que um investimento em infraestruturas. “Representa um investimento na dignidade humana, na qualidade de vida e no conforto de todos aqueles que, após uma vida de trabalho, merecem o nosso maior cuidado e respeito”, apontou o autarca, defendendo que “apostar nas pessoas é o maior investimento que a comunidade pode fazer”.

Já a secretária de Estado da Ação Social e Inclusão, Clara Marques Mendes, agradeceu a oportunidade de participar na sessão. “Momentos como este representam que se está a trabalhar para as pessoas”, disse a governante, que enalteceu a capacidade de as instituições criarem respostas “inovadoras”.

“As instituições nunca falham às pessoas”, reconheceu a responsável, admitindo que as políticas públicas não têm conseguido responder aos desafios do envelhecimento demográfico. “A sociedade muda, mas as regras mantêm-se. Não pode ser. Não podemos encarar realidades novas com respostas antigas”, assumiu, dando como exemplo dessa discrepância o modelo atual de serviço domiciliário. Para inverter essa realidade, a governante anunciou os projetos-piloto para “apoio domiciliário 24 horas por dia, sete dias por semana”, com serviços ajustados “à circunstância de cada pessoa”.

Durante a sessão, a instituição prestou homenagem às trabalhadoras com mais de 20 anos de serviço, a António Saraiva, que integrou diversas Mesas Administrativas, e a Maria da Luz, até agora diretora técnica.

Voz das Misericórdias, Maria Anabela Silva