Através da horta a Misericórdia também está a promover o convívio entre gerações

A Misericórdia de Boliqueime ouviu o repto dos utentes e criou, no passado mês de abril, uma pequena horta biológica nas suas instalações. Segundo a provedora da instituição, esta iniciativa tem como objetivo dinamizar a interação entre os mais novos e os mais velhos e promover um envelhecimento ativo aos utentes da Santa Casa.

“A instituição já tem uma horta, mas o terreno é acidentado e é difícil levarmos até lá os utentes, só vão lá pontualmente fazer alguma colheita. Mas eles sempre mostraram vontade de cultivar a terra, porque faz parte da vida deles, então decidimos trazer a horta para ao pé deles”, contou ao VM Sílvia Sebastião, provedora da Misericórdia de Boliqueime.

Assim, no início do mês de abril o vice-provedor da Santa Casa, Nuno Santos, lançou mãos à obra e recorrendo a paletes construiu a pequena horta num espaço contíguo à instituição. A terra foi doada por uma empresa da região e a plantação assegurada pelos idosos institucionalizados e por jovens do Colégio Internacional de Vilamoura que mensalmente visitam a instituição.

Com a criação da horta a provedora da Misericórdia diz que se está a estimular os idosos a não estarem parados. “Aqui há vida, não queremos os nossos idosos parados, e depois esta é uma forma natural de se manterem ocupados, porque o cuidar da horta sempre fez parte do dia-a-dia deles e fazem-no com gosto.”

Esta iniciativa ajuda a ocupar o tempo livre dos utentes, a estimulá-los sensorialmente e é também uma forma de terapia, como acontece com a utente Maria José que sofre de ansiedade, mas que, segundo a provedora, “quando está a tratar da horta esquece tudo, relaxa”.

Para Sílvia Sebastião esta iniciativa é especial “pela partilha de conhecimentos” com os idosos a “ensinarem aos mais novos tudo sobre a plantação, o cuidar, o regadio e a apanha dos produtos”.

Alfaces, feijão verde, courgette e tomate cherry fazem parte dos primeiros produtos hortícolas plantados e que já estão prestes a ser colhidos para depois serem consumidos na instituição.Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves