Segundo António Fonseca, este conceito tem servido de suporte à adoção de políticas públicas relativas à habitação e cuidados domiciliários, “enfatizando os benefícios desta solução para a qualidade de vida ao impedir a disrupção causada pela institucionalização”. Contudo, admite que o conceito tem limitações e que também as estruturas residenciais podem ser entendidas como uma concretização do ‘ageing in place’, sendo por isso “importante não estigmatizar a institucionalização”. Ou seja, mais do que a dicotomia casa-instituição, “interessa que as pessoas possam envelhecer num contexto que reconheçam como um lar, de preferência inserido numa comunidade que sintam como sua”.
E para que isso aconteça nas estruturas residenciais, deixa algumas recomendações: menor número de residentes, preservação da privacidade e boas práticas de estimulo à autonomia. Mas a que considera mais diferenciadora “prende-se com o isolamento das pessoas no seu interior, levando-as ao afastamento da comunidade e à perda de convívio social com agentes externos à instituição”.
Em relação ao género, verificam-se discrepâncias ao nível da esperança de vida e estado de saúde ao longo da vida, sendo que “os indicadores da doença e fragilidade mostram que as mulheres vivem mais tempo, mas em pior estado de saúde”. Se, por um lado, “os homens são fisicamente mais fortes”, por outro registam “maior mortalidade em todas as idades em comparação com as mulheres”.