O projeto ‘Velhas Bonitonas’ surgiu, em 2016, para desmitificar este “duplo preconceito”, de ser mulher e velha, e trazer leveza e confiança ao envelhecimento. De forma despretensiosa, como assume, ajuda as mulheres a perspetivar o seu envelhecimento, em conversas que permitem a cocriação dos “Retratos de Alma”. E tanto podem surgir na tela “mulheres sensuais, como intelectuais, elegantes, sofisticadas ou hippies”. O lema é “ser autêntica, coerente, e´ descobrir a nossa essência e po^-la em prática, sem complexos nem culpas”.
As mulheres que a procuram têm 20, 40 ou 60 anos e imaginam-se em diferentes fases da vida. “Uma miúda de 19 imaginou-se ‘velha bonitona’ aos 50, uma mulher de 40 imaginou-se aos 50 e uma de 66 anos quis ser ‘velha bonitona’ aos 67 anos”. Nesta viagem introspetiva, as retratadas “vão ao futuro e quando voltam sentem-se bem porque perderam o medo, no fundo o medo de perder a individualidade e de ter muitas maleitas”.
As ‘Velhas Bonitonas’ ajudam a encarar o envelhecimento com alegria, otimismo e confiança. E, acrescenta Maria Seruya, são um meio de realçar as vantagens de envelhecer: “Deixamos de precisar de validação, passamos a relativizar melhor e temos mais sabedoria de vida. É ótimo chegar a velha e não ter nada a provar. Em novas, temos imenso stress por coisas estúpidas”.
A artista aponta a “adaptação” como o segredo para lidar com o envelhecimento, justificando que as “pessoas emocionalmente mais saudáveis são as que se sabem reinventar”. Além disso, considera essencial “ter um propósito e sentido para a vida, ter alguma coisa que nos faça correr”. Para Maria, é “inspirar mulheres de todas as idades a envelhecer com confiança e paixão, independentemente da fase de vida em que estão”.