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- Envelhecer no feminino | Estereótipos castigam mais as mulheres
Segundo a gerontóloga, “a idade é, muitas vezes, vista como uma arma de arremesso. E isso é ainda mais sentido nas mulheres, que estão mais ocultadas da esfera pública, mas que, na verdade, são o grande suporte da economia familiar, local e solidária”. Por essa razão, a associação que dirige lançou, em 2012, um prémio para pessoas com mais de 80 anos que assumem um papel ativo na sociedade, para que “deixemos de olhar para elas com espanto”.
Contrariando um discurso centrado nas “comorbilidades e custos dos mais velhos para a sociedade”, a médica defende “a quantificação do seu valor” e louva as recentes recomendações da Assembleia da República ao governo, visando a elaboração de um estudo para conhecer o impacto positivo deste grupo etário na economia (Resolução 50/2025).
Nesta "tirania da idade", olha-se, por vezes, para a intimidade das mulheres de forma jocosa. Mas, tal como os homens, as "mulheres têm, ao longo do ciclo de vida, as suas necessidades afetivas e sexuais, embora muitas vezes sejam visitas com alguma malícia e atrevimento”.
Ao VM, partilhou ainda a sua preocupação com o “retrocesso inaceitável nos direitos das mulheres”, com os números de vítimas de violência doméstica a aumentar, que se repercute, mais tarde, “no abandono e desconsideração das mulheres idosas”. E lembrou a necessidade de repensar o acolhimento das mulheres e homens, com diferentes origens, que envelhecem no nosso país e exigem “um olhar diferenciado das estruturas que recebem”.
Falando de envelhecimento, deixou um alerta final: “É preciso ter noção que a prevenção de doença e promoção da saúde deve ser feita em todas as fases da vida. O envelhecimento não começa apenas aos 60”.