A Misericórdia de Viseu assinalou o Dia Internacional dos Arquivos, de 12 a 14 de junho, com uma visita e ateliê para exploração do acervo documental dirigidos ao público sénior que apoia.

Um grupo de utentes do Lar Viscondessa de São Caetano e Centro de Dia de Santa Maria foi convidado a participar nesta ação cultural que permitiu conhecer a história da instituição e as diferentes formas de registo da informação ao longo dos séculos.

Os participantes foram recebidos pela arquivista Ana Pinto numa das salas do Palacete Silva Mendes, sede administrativa da Santa Casa, que acolhe o arquivo desde 1989. Num contexto informal, os utentes puderam ver, pela primeira vez, documentos e livros conservados nas estantes do arquivo e participar numa atividade experimental em torno da preparação do pergaminho e tintas negras (sal metálico, ácido gálico e vinagre) para registo da informação. 

“Criei uma caixa com tintas antigas e penas para mostrar como se faziam as tintas e o registo no pergaminho, a partir de produtos naturais. O que mais lhes chamou a atenção foi o rigor do registo pelos copistas e escrivães e o facto de o pergaminho ser feito a partir de pele de animal, sobretudo ovinos e caprinos”, explicou a técnica responsável pela manutenção e divulgação do acervo documental.

A visita intimista, organizada em torno de uma mesa redonda, foi ainda propícia à partilha de memórias de infância, associadas aos tempos de escola, em que se fazia o registo das lições e exercícios de português e matemática num pequeno quadro de lousa preto.

Ao longo do ano, o arquivo da Misericórdia de Viseu recebe visitantes de várias idades, desde crianças e jovens em idade escolar a estudantes universitários, investigadores e simples curiosos, que os procuram por diferentes motivos. A consulta é feita no local através de um software de gestão documental, disponível online.

O Dia Internacional dos Arquivos foi instituído a 9 de junho pelo CIA – Conselho Internacional de Arquivos, em 2007, com o objetivo de proporcionar condições para que se desenvolvam ações de promoção e divulgação dos arquivos em todo o mundo.Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas