Em jeito de balanço, o VM convidou dez profissionais de Misericórdias para refletirem sobre o trabalho realizado e os principais desafios para o futuro próximo. O mote deste convite foi inspirado por uma frase do Papa Francisco: “A escuta é o primeiro e indispensável ingrediente do diálogo e da boa comunicação”. A escuta é aquilo que tentamos, diariamente, praticar no VM. Ouvir para, depois, dar a conhecer as histórias mais inspiradoras das Santas Casas, que consideramos terreno fértil para transformação de vidas e para a cidadania ativa.

Na despedida de um ano exigente, marcado um “ciclo transformador e de investimento”, Dulce Gabriel, do Gabinete de Comunicação da Misericórdia do Fundão, antevê um futuro de oportunidades e crescimento para a “economia da longevidade”, na qual a comunicação de proximidade entre utentes, equipas e famílias assume um papel determinante.

'Um ano para trabalhar a economia da longevidade

A caminho do novo ano, já longe de uma pandemia castradora para todas as comunidades, especialmente para a população envelhecida, a Santa Casa da Misericórdia do Fundão, como outras organizações do setor social, trabalha novas soluções que garantam qualidade de vida e longevidade ao universo dos seus utentes em idade maior.

Fechamos 2023 no decurso de um ciclo transformador e de investimentos que trabalham a valorização da pessoa em todas as estações de vida, pois a nossa instituição é uma entidade do setor social multifacetada e diferenciadora em respostas sociais, desde o nascimento à idade maior.

Aqui chegados, creio que num futuro não muito distante acompanharemos os novos tempos do setor social em Portugal. Acredito que o Estado social promoverá políticas de estímulo à economia da longevidade. Algo que, paulatinamente, estamos a concretizar na Misericórdia do Fundão, onde o próximo ano será pautado pela concretização de uma nova estrutura residencial para pessoas idosas (ERPI) com capacidade para uma centena de utentes, bem como pelo início de novos projetos com financiamento aprovado nos domínios da habitação colaborativa, destinada a reconverter um antigo bairro social da instituição num lugar onde irão coabitar migrantes, pessoas autónomas ou portadoras de deficiência.

Uma oportunidade para quem precisa e quem se adapta ao novo paradigma social, traduzido em novos investimentos que promovam saúde, bem-estar e habitação. A comunicação entre utentes, equipas multidisciplinares e famílias continuará a ser uma das abordagens impactantes na longevidade dos utentes da Misericórdia do Fundão.

Aproveitando a panóplia de instrumentos de comunicação digital, continuaremos a privilegiar a proximidade entre as respostas da Santa Casa e a nossa comunidade numa estratégia de imersão social que, a partir do Fundão, nos leva a franjas da população sénior no concelho da Covilhã e outros territórios de baixa densidade, pautados pela marca da emigração e êxodo rural. Realidades ainda visíveis no novo milénio e que requerem investimentos de comunicação com a diáspora. São também essas gerações de pessoas o foco da trajetória de novos investimentos no universo Misericórdia do Fundão, onde empregamos mais de 350 profissionais, gerando conexões com vários setores da economia local e regional.

É com os olhos no horizonte da capacitação de pessoas e respostas sociais que nos despedimos de um ano exigente para iniciarmos outro pautado pelo rigor, compromisso social e ambição.'

Voz das Misericórdias, edição de dezembro de 2023