A Santa Casa da Misericórdia de Ansião usou excedentes do seu banco de medicamentos para enviar ajuda para Beirute, no Líbano

A Santa Casa da Misericórdia de Ansião usou excedentes do seu banco de medicamentos para enviar ajuda para Beirute, no Líbano, através da campanha solidária “Ajudar Beirute”. A iniciativa surgiu pela mão de uma médica portuguesa depois de, no início de agosto, aquela cidade ter sido devastada por violentas explosões das quais resultaram centenas de milhares de desalojados, hospitais e clínicas destruídos, milhares de feridos e mais de 200 mortes confirmadas.

Ao Voz das Misericórdias, o enfermeiro Pedro Alves, da Misericórdia de Ansião, contou como surgiu a ideia de ajudar a cidade libanesa. “Vi nas redes sociais que a médica portuguesa Andreia Castro estava a fazer uma recolha de medicamentos e material hospitalar para enviar para Beirute e lembrei-me que seria uma boa ideia a Santa Casa ajudar. Falei com a provedora e com a diretora técnica que prontamente deram o ok e avançámos.”

Com poucos dias para enviar a ajuda, Pedro Alves relembra que tiveram de fazer “tudo muito rápido”. “Primeiro entrei em contacto com a minha colega enfermeira Ana Gameiro, que estava em Pombal a fazer uma recolha, para perceber o que mais precisavam em termos de medicação”. O passo seguinte foi verificar o banco de medicamentos em busca de excedentes. “Acabámos por conseguir uma quantidade considerável”, contou o enfermeiro ao Voz das Misericórdias.

A caixa de medicamentos que a Misericórdia enviou para a campanha levada a cabo pela médica Andreia de Castro era essencialmente constituída por analgésicos, que “estavam em stock e cuja validade terminava em março de 2021, e medicamentos para tratar doenças crónicas como a diabetes ou a tensão”, referiu o enfermeiro.

A médica portuguesa deu conta, através da sua página de Instagram, “Me Across the World”, que até meados de setembro conseguiu angariar mais de 2500 quilos de medicamentos e material hospitalar que foi entregue diretamente nos hospitais, clínicas e em organizações não governamentais que têm estado a prestar apoio à população libanesa.

Para Pedro Alves, “esta iniciativa só veio dignificar ainda mais a nossa causa”. Sendo que ajudar o próximo é a missão da Misericórdia, o enfermeiro considera que “fazia todo o sentido” ajudar os libaneses. A ajuda até pode chegar a apenas uma família, mesmo assim “ficamos de coração cheio e com o sentimento de missão cumprida”, concluiu.

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves