As comemorações do Dia da Mulher na Santa Casa da Misericórdia de Avis tiveram, este ano, um carácter mais informativo e educativo, mas também de exaltação do papel preponderante que as mulheres têm e podem ter, quer na sociedade quer em instituições de solidariedade social.

Neste contexto, foram organizadas duas atividades: uma sessão de divulgação científica com o tema ‘Esta história de ser mulher!’, dinamizada pela docente da Universidade de Évora, Ana Sofia Ribeiro, e a realização de uma sessão fotográfica exclusiva para as mulheres da Santa Casa de Avis. Utentes, colaboradoras e dirigentes puderam participar desta experiência de serem retratadas por um fotógrafo profissional.

A sessão de divulgação, que contou com a presença de cerca de 40 pessoas, entre utentes, funcionárias, familiares e mulheres da comunidade, percorreu a história do Dia da Mulher, desde as suas origens até aos movimentos e processos contemporâneos de luta pelos direitos das mulheres, e culminou com a partilha de algumas participantes e a leitura de poemas pela autora Jacinta Silveira, bem enquadrados no tema deste dia, e uma conversa descontraída com a oradora.

No final, as participantes manifestaram o seu agrado pelos momentos de conversa e de partilha que esta sessão permitiu, agradecendo a Ana Sofia Ribeiro os conhecimentos que lhes foram transmitidos sobre a importância e a essência desta comemoração, que muitas admitiram desconhecer.

Em conversa com o VM, o animador e organizador destas comemorações, Luís Afonso, explicou que, embora seja também importante o aspeto do cuidado pessoal e a oferta de uma flor neste dia, o Dia Internacional da Mulher é “muito mais que isso, pois há toda uma história do percurso cívico e de direitos da mulher que foi sendo construído, e é construído diariamente”. Este dia, continuou, serve “para relembrar essas questões, que são ainda atuais, como a igualdade entre homens e mulheres”, sublinhou, denotando que “entendemos comemorar este Dia Internacional da Mulher focados na questão da educação ao longo da vida e do estímulo cognitivo”.

Satisfeito por ver que o objetivo foi cumprido e que as participantes puderam aprender algo novo, Luís Afonso destacou o espaço de partilhas que se gerou entre a oradora e, em particular, as utentes, bem como o facto de “a instituição ter aberto as suas portas à comunidade, mostrando-se como um espaço de diálogo”.

Já a sessão fotográfica, realizada por Rui Moreno, que se voluntariou para fazer este trabalho, transformou mais de uma centena de mulheres em modelos fotográficas e irá ser convertida na exposição "Mulheres da Misericórdia", que será inaugurada no próximo mês de abril nas instalações da instituição.

A exposição irá apresentar o resultado final desta experiência, mas sobretudo os rostos das mulheres que são pilares desta instituição, sendo esta uma forma de as homenagear, enaltecer e elevar.

E foi precisamente com o propósito de valorizar as mulheres na instituição que surgiu esta ideia, relatou Luís Afonso ao VM, dando conta de que “somos mais de 70 colaboradores e apenas quatro ou cinco são homens, o que é bem representativo de que são as mulheres que mantêm o funcionamento desta instituição”, constatou, frisando que “é importante que isso seja percebido, relevado, enaltecido e a exposição vai nesse sentido”.

“Fotografámos uma a uma todas as mulheres da instituição e as fotografias serão expostas na ala de entrada da Misericórdia, para ser apreciada por todos, e vamos criar um muro de mulheres, que vai ser impactante e representativo da dimensão da presença da mulher nesta instituição, e que é reconhecida nesta ação que lhes dá rosto”, evidenciou Luís Afonso.

O Dia Internacional da Mulher foi instituído pela ONU em 1975 com intuito de celebrar os direitos conquistados pelas mulheres, como, por exemplo, o direito ao voto, a igualdade salarial, a maior representação em cargos de liderança, a proteção em situações de violência física e/ou psicológica e o acesso à educação. Na atualidade, em diversos pontos do globo esses direitos continuam por cumprir.

Voz das Misericórdias, Patrícia Leitão