Na época natalícia, as ações diárias reparadoras dos males sofridos pelos desafortunados ou menos favorecidos ganham especial importância. A propósito da obra de misericórdia “dar de beber a quem tem sede”, procuramos um exemplo de como o trabalho voluntário pode ser a materialização da “água” que ameniza o sofrimento e reconforta o corpo e a alma de quem precisa.

“Há sempre alguém que tem fome e sede e precisa de mim. Não posso delegar a outro. Este pobre precisa de mim, da minha ajuda, da minha palavra, do meu empenho. Estejamos todos envolvidos nisso.” As palavras são do Papa Francisco e foram proferidas no âmbito do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, celebrado em 2016. Nas unidades de cuidados continuados, as questões de saúde geram dependências variadas que, em muitos casos, colocam as pessoas a precisar literalmente de ajuda para beber água. É neste contexto que, além das equipas de colaboradores, o trabalho realizado por voluntários pode representar a materialização da “água”.

Uma das pessoas que tem dedicado parte da sua vida ao voluntariado, na Misericórdia da Batalha, é Cecília Gaspar, também ela em fase de recuperação de alguns problemas de saúde. Cecília sabe o que valem as palavras e os gestos de quem, há uma dezena de anos, se dispôs a integrar um pequeno grupo de voluntários prontos a colaborar na unidade de cuidados continuados. 

“Éramos apenas cinco voluntários e chegámos às quatro dezenas”, declara, com regozijo, esta cidadã decidida a participar em diversas iniciativas para “animar os doentes”, além de contribuir com o seu tempo e esforço nas atividades de manutenção e de estimulação, de animação sociocultural e de apoio a demais ações da vida diária dos utentes. 

“Sempre que é necessário, estamos presentes”, observa Cecília Gaspar, satisfeita com o crescimento do grupo de voluntários (com idades entre os 19 anos e os 82 anos) que partilham a sua alegria de viver e de reconfortar nesta unidade de cuidados continuados na Batalha.

Voz das MisericórdiasVitalino José Santos