Prestar cuidados continuados integrados na área da saúde mental na própria casa dos utentes com estas necessidades é a grande meta da futura equipa de apoio domiciliário da Misericórdia de Beja. Trata-se de um projeto-piloto destinado a adultos que junta a instituição à Administração Regional de Saúde do Alentejo e ao Centro Distrital de Beja da Segurança Social.

A parceria foi estabelecida no passado dia 10 de outubro, numa cerimónia realizada em Castelo de Vide (distrito de Portalegre), sendo que a Misericórdia de Beja é responsável por uma das três equipas de apoio domiciliário de cuidados continuados de saúde mental criadas no Alentejo, fazendo parte da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

Segundo o provedor, já está criada a equipa de apoio domiciliário – formada por sete profissionais, entre enfermeiros, psiquiatras, assistentes sociais e auxiliares –, que, segundo o acordo com o Estado, terá de fazer oito visitas diárias a utentes a indicar pelo Serviço de Psiquiatria da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo.

Na prática, explica João Paulo Ramôa, “o que vamos fazer é ir junto das pessoas” e acompanhar a medicação e o tratamento que lhes foi prescrito através do SNS. “Ou seja, cabe-nos a nós verificar se o que foi prescrito está a correr bem, se as pessoas estão a tomar a medicação ou se há algum alerta a anotar. Para não deixar chegar os utentes àquele caso grave que vai obrigar a novo internamento”, explica.

Para tal, os profissionais da Misericórdia de Beja contarão com a “ajuda” do programa GeMec – Gestão do Medicamento, lançado pela instituição há cerca de um ano. “É muito importante o rigor com que estes doentes tomam a medicação”, observa João Paulo Ramôa.

Este projeto-piloto surge exatamente 50 anos depois de a Misericórdia de Beja ter desativado o Hospital de Nossa Senhora da Piedade e este momento acaba por marcar o regresso da instituição ao setor da saúde, numa área em que a Santa Casa pretende continuar a crescer.

O próximo passo, adianta João Paulo Ramôa, passa pela criação de uma unidade sócio ocupacional, que poderá vir a servir até 30 pessoas. Depois, acrescenta o provedor, a Misericórdia ambiciona ter uma unidade de cuidados integrados na área da saúde mental.

Voz das Misericórdias, Carlos Pinto