O ponto de partida para esta abordagem vem daquilo que “a evidência científica tem demonstrado” no que diz respeito aos “fatores modificáveis e preventivos da demência”, diz o coordenador do projeto e sociólogo de formação, Pedro Barbosa. É aí que entra em atuação a equipa multidisciplinar de quatro pessoas (além da sociologia, das áreas de psicologia, terapia ocupacional e fisioterapia), que através das respetivas áreas procuram responder a esses fatores no contacto com os idosos.
Em diálogo com juntas de freguesia e instituições da área “que trabalham com pessoas com mais de 65 anos”, traçaram um “perfil macrossocial, muito bruto, mas com alguma realidade” da população em foco, que vai desde a Quarteira, na zona mais costeira, até ao Ameixial, bem no interior.
Estas variações geográficas levam a grandes diferenças no “acesso a atividades de estimulação cognitiva, a um acompanhamento de saúde, seja psicológica ou física, mais regular”. É neste amplo território que a equipa chega aos domicílios mais isolados, ao mesmo tempo que propõe encontros comunitários, realçando a importância de “proporcionar atividades onde possam socializar e conhecer outras pessoas” para a redução do risco da demência.
Tanto a vertente individual como a comunitária seguem o interesse de “aproveitar as capacidades das pessoas, os seus interesses e trabalhar com todos na reabilitação e na melhoria da qualidade de vida”. Apesar da incapacidade de chegar a todas as pessoas, o contacto da equipa com a população tem permitido ainda fazer um levantamento em grande escala das necessidades da comunidade nesta área.
Voz das Misericórdias, Duarte Ferreira