Para servir a comunidade e garantir receitas durante a pandemia, duas lojas da Misericórdia de Cascais reinventaram a atividade

A Santa Casa da Misericórdia de Cascais tem duas lojas que funcionam com atendimento ao público e que com a crise causada pela Covid-19 tiveram de se reinventar e adaptar à atual realidade para continuarem a garantir receitas e servir a população. Falamos da loja de comida para fora Bom Apetite e da Farmácia da Misericórdia.

É em Alvide que, desde 2006, tem morada a loja de comida para fora Bom Apetite da Misericórdia de Cascais. Fundada em 1983, a loja já teve várias moradas, sofreu diversas transformações e a Covid-19 levou-a a fechar portas por quinze dias devido à suspeita de um caso positivo. “Felizmente não se verificou o contágio” e depois da quarentena “fizemos a reabertura da loja com alguns constrangimentos e cuidados acrescidos”, começou por contar ao VM Paulo Mendes, responsável pelo departamento das atividades económicas da Santa Casa.

Naquele estabelecimento comercial trabalham diariamente cerca de 25 pessoas, mas dada a situação atual passaram para metade, uma medida prevista no plano de contingência da Misericórdia, que serve “para o caso de alguém ficar infetado ser substituído e conseguirmos continuar a laborar”.

Com a redução de funcionários em loja, a ementa da Bom Apetite teve de ser reduzida e deixaram de aceitar encomendas porque “são muito difíceis de gerir”. Mas, nas palavras do responsável, e apesar destes constrangimentos, a loja continua a ir “de encontro às necessidades dos clientes”, reforçando que “o mais importante é a qualidade e sabor dos pratos diariamente confecionados”.

Para além disto foram ainda reforçadas todas as medidas de segurança e higiene exigidas a um estabelecimento de venda ao público. “Só permitimos a entrada de uma pessoa para a zona de atendimento, com entrada por uma porta e saída por outra. Os nossos funcionários usam equipamentos de proteção individual e colocámos uma barreira física, em acrílico, na zona de atendimento, damos ainda preferência a pagamentos por multibanco”. Medidas necessárias que, para Paulo Mendes, continuam a “garantir o serviço” e “servem para resguardar funcionários e clientes”.

Neste momento a loja Bom Apetite ainda não está a fazer entregas ao domicílio, mas Paulo Mendes confidenciou ao VM, que “é uma coisa que está a ser ponderada”, podendo haver novidades “nas próximas semanas”.

Quem já está a fazer entregas ao domicílio é a Farmácia da Misericórdia, que face à evolução da pandemia, teve de se adaptar para responder às necessidades da população em isolamento social.

“Foi criada de raiz uma plataforma online para a farmácia na qual se faz a encomenda dos medicamentos e depois são entregues em casa”, referiu Paulo Mendes. Os pagamentos são feitos por transferência bancária ou MB WAY.

Esta é uma medida criada durante a pandemia, mas que o responsável pelo departamento das atividades económicas da Santa Casa diz “ser bem possível que continue a funcionar depois de tudo passar”.

A Bom Apetite e a Farmácia da Misericórdia são estabelecimentos importantes para a sustentabilidade da Misericórdia de Cascais. Por isso, “foi uma necessidade adaptar os serviços”. Para além deste apoio “fundamental à tesouraria da instituição, o apoio que a Misericórdia presta à comunidade também não podia faltar, muito menos num tempo como o que vivemos”, concluiu Paulo Mendes.

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves