A Misericórdia da Covilhã organizou um encontro de três dias para refletir sobre a atualidade dos princípios franciscanos

A Santa Casa da Misericórdia da Covilhã organizou a primeira edição de “Os Encontros: O Franciscanismo na Beira Interior”. Refletir sobre os princípios franciscanos e proporcionar à comunidade um maior conhecimento sobre o legado deixado por Francisco de Assis estiveram na base deste evento que durante três dias contou com a participação de duas dezenas de pessoas. A iniciativa decorreu entre os dias 3 e 6 de outubro.

António Neto Freire, provedor da Santa Casa da Covilhã, explicou ao VM que os encontros resultaram “da vontade da Irmandade da Misericórdia em encontrar um momento para reflexão partilhada, com toda a comunidade, sobre quão importantes se mantêm os princípios e valores franciscanos e como eles se entrecruzam com as 14 obras de misericórdia e a missão da Santa Casa”. Os valores do franciscanismo, recordou, estão assentes na paz, na justiça, na ecologia, nos direitos humanos, na misericórdia, na solidariedade e na fraternidade.

Os encontros que procuram entender o franciscanismo à luz da atualidade foram organizados em três áreas: uma científica, uma religiosa e ainda uma cultural e comunitária. Segundo o provedor da Misericórdia da Covilhã esta foi a forma encontrada para “criar um programa que fosse o mais completo possível, abrangente e que conseguisse trazer à participação o maior número de pessoas e instituições”. 

O evento foi composto por várias comunicações “distribuídas por vários painéis, com investigadores do panorama ibérico”, referiu António Neto Freire, que debateram o legado franciscano na espiritualidade, na arte e na sociedade atual. 

Para além disso, foram ainda realizadas várias visitas guiadas e uma recreação cénico-musical que deu a conhecer aos presentes a herança franciscana na Beira Interior. Os encontros terminaram com uma missa solene presidida por Vítor Melícias, frei franciscano e presidente honorário da União das Misericórdias Portuguesas, no antigo Convento de S. Francisco, atual Igreja de Nossa Senhora da Conceição. 

No final dos encontros o provedor da Misericórdia da Covilhã disse acreditar que o espírito franciscano ainda permanece atual e que é por vivermos “numa sociedade individualista e cada vez mais isolada dos problemas do próximo que urge partilharmos e refletirmos os caminhos por ele (São Francisco de Assis) trilhados e sobre o quão importantes são para a nossa sociedade”.
 

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves