O sonho tem 15 anos, tantos quantos a Misericórdia de Fátima-Ourém. A construção da nova sede da irmandade irá avançar em 2021.

Com o projeto já aprovado e o terreno adquirido, a instituição prepara agora o financiamento com uma candidatura ao programa PARES (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais), recurso à banca e a fundos próprios.

Parte do autofinanciamento resulta de iniciativas solidárias que têm sido promovidas pela comunidade. A mais recente partiu de uma empresa de artigos religiosos, a Rosarium, que está a comercializar um terço dedicado aos doentes e familiares de Alzheimer, concebido segundo um esboço feito por Preciosa Santos, psicóloga da Misericórdia, que trabalha com estas pessoas. Foi, aliás, do contato diário com os doentes que lhe surgiu a inspiração para a peça, por sentir que ao rezar ou a segurar-lhes o terço entre as mãos, “os confortava e os serenava”.

O terço apresenta-se num saco em tecido branco, com uma nota explicativa que destaca a importância do apoio e atenção da família à pessoa portadora de Alzheimer, e parte das receitas da venda (50 cêntimos) reverte para Misericórdia.

“É mais um exemplo de como a comunidade tem estado connosco nesta causa”, nota a provedora, Fernanda Rosa. As instalações-sede da instituição irão nascer em Moimento, aldeia localizada a cerca de dois quilómetros do Santuário de Fátima, e substituirão as atuais, que funcionam num espaço arrendado, uma antiga residencial adaptada para o efeito.

A expetativa é que o concurso público seja lançado durante o primeiro semestre de 2021 e que “o grande sonho” seja uma realidade dentro de dois anos. O edifício nascerá num terreno com cerca de quatro mil metros quadrados, “rodeado de natureza, mas suficiente próximo da comunidade para permitir interação com a população local”, comprado à Junta de Freguesia por valor um simbólico.

Orçada em três milhões de euros, o novo edifício terá capacidade para 45 utentes em estrutura residencial (mais seis do que agora) e permitirá aumentar a capacidade de resposta do serviço domiciliário de 18 para 25 utentes.

Voz das Misericórdias, Maria Anabela Silva