O jubileu de prata da Misericórdia de Loures, celebrado a 5 de junho por irmãos, voluntários, amigos e parceiros da comunidade, ficará marcado na história da jovem instituição como um momento de renovação de afetos, sonhos e projetos ao serviço do bem comum. Nesta data, a irmandade, criada há 25 anos por um grupo de cidadãos empenhados em melhorar a vida no seu concelho, reuniu-se numa celebração eucarística e compromisso de novos irmãos, seguida de almoço, homenagem a voluntários, apresentação do complexo social sénior e brinde com o famoso arinto de Bucelas.

“Celebrar 25 anos é comemorar a idade adulta, de maturidade, que reconhece no seu passado uma herança profunda de gratidão e de entrega de tantos, mas que olhando em frente percebe que está na hora de dar passos adequados à sua idade e desenvolver nova capacidade de resposta aos desafios que a sociedade apresenta”, formulou o provedor Duarte Morgado, num discurso onde recordou os fundadores e definiu objetivos a curto e médio prazo.

Todos os esforços confluem, neste momento, para o complexo social sénior, projeto “ambicioso”, a ser construído em Santo António dos Cavaleiros, com estrutura residencial para idosos (para 80 pessoas), centro de dia (40) e serviço de apoio domiciliário (40). “Queremos ser uma resposta qualificada neste território e uma casa onde prevalece o sentimento de proteção e de acolhimento. Loures carece de acompanhamento e cuidados especializados à medida das pessoas”, justifica.

Em representação da autarquia, a vice-presidente Sónia Paixão comprometeu-se a apoiar a concretização deste “sonho coletivo de bem fazer em prol da comunidade e de construir um equipamento de excelência no nosso concelho”.

Também o presidente da junta de freguesia, António Pompinho, se mostrou disponível para colaborar e consolidar a parceria com a Misericórdia, que muito tem contribuído para que em “Loures se viva melhor, dando resposta às necessidades das pessoas”.

A concretização deste desígnio passa, no futuro próximo, pela construção de um edifício com sete andares, num terreno cedido pela autarquia, que aguarda resposta a uma candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência.

Trata-se de um projeto de e para a comunidade, que todos podem ajudar a construir, dedicando tempo, trabalho e dinheiro a esta causa, seja através do cartão amigo/empresa amiga, de um donativo em dinheiro, da aquisição do mel “colmeias solidárias”, das broas loureiras e de outros bens na loja solidária (física e online) da instituição.

A angariação de fundos, que numa primeira fase visa recolher 215 mil euros para o projeto de arquitetura, tem contado com a participação ativa dos voluntários, que no dia a dia são “rosto e força da irmandade”, declara Duarte Morgado. São pais, irmãos, avós e empresários, que se organizam para “dar o seu tempo e criatividade” na elaboração de produtos de artesanato, na presença em feiras locais e, mais recentemente, na visita a lares e pessoas isoladas (idosos, doentes) da freguesia.

Enquanto não surge o novo complexo, a Misericórdia dedica-se a acompanhar pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e emergência social, através de apoio alimentar, distribuição de bens e consultas de psicologia clínica. A Santa Casa é também responsável pelo projeto “Afetos Partilhados”, destinado a famílias com bebés até aos 24 meses, e por duas respostas de apoio à infância (3 aos 10 anos), em Santo Antão do Tojal, que oferecem apoio escolar e atividades de tempos livres.

Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas