“A Associação Portuguesa de Museologia entendeu que devia premiar a Misericórdia do Porto, que está na linha da frente no sentido de promover a cultura, não pela cultura propriamente dita, mas porque a cultura é um meio de servirmos melhor a comunidade para a qual somos vocacionados a ajudar”, referiu.
Esta ajuda passa pela cultura e pela arte através do MMIPO - Museu e Igreja da Misericórdia do Porto, acrescentou o historiador. “Ajudámos de muitas maneiras, uma delas é através da arte, através do museu, que tem portas abertas, todo o ano, para as pessoas que o quiserem visitar. Não é muito numeroso, mas são umas sete salas que permitem ao visitante perceber qual é a história da Misericórdia nestes 526 anos e a sua ligação com a cidade”.
Numa altura em que se aproxima o décimo aniversário do museu - 15 de julho - o mesário reconheceu a importância acrescida da distinção. “Não é só a Misericórdia do Porto, são as Misericórdias do país, muitas delas estão, de facto, nesta caminhada de, através da cultura, fazer-se serviço social. Serviço social, no meu entendimento, não se restringe às questões das necessidades físicas. Também o espírito necessita de ser alimentado e, nessa perspetiva, as Misericórdias estão a abrir-se e a mostrar o que têm, porque temos imensas coisas que se devem conhecer, porque é uma riqueza, é uma beleza, é uma elevação espiritual que está, digamos, oculta ou menos visível e que é preciso pôr visível e dar a usufruir às pessoas. O nosso pensamento é esse”, concluiu.
Voz das Misericórdias, Paulo Sérgio Gonçalves