Na ocasião, o provedor da Santa Casa enalteceu o percurso destas figuras que são “exemplos que devemos preservar”. Para António Tavares, o “trabalho desenvolvido por ambos, ao longo da vida de serviço, justifica estarmos aqui. E foi isso que a Misericórdia do Porto reconheceu quando decidiu atribuir o mais alto galardão da instituição - Irmão Honorário -, porque permite a cada uma das vossas excelências participar na nossa vida ativa”.
Durante a cerimónia, os homenageados agradeceram o gesto de uma “grande organização que soube olhar para quem servia. Sabe Prestar tributo a figuras incontornáveis da sociedade servir da melhor maneira, mantendo sempre o seu grande propósito: contribuir, realizando uma caridade real”, proferiu António Ramalho Eanes. Por sua vez, na sua intervenção, Manuela Eanes destacou a importância do “amor” em tudo o que fazemos. “No fim da vida, seremos julgados pelo amor. Não é por sermos grandes empresários ou grandes cientistas. Seremos, fundamentalmente, julgados pelo amor”.
Militar de carreira, António Ramalho Eanes esteve em várias missões, em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Índia e Macau, antes do 25 de Abril de 1974. Após a revolução, foi nomeado diretor de programas e presidiu ao Conselho de Administração da RTP.
Desse período, destaca-se o seu “papel decisivo na estabilidade do país ao dirigir as operações militares que evitaram o golpe de 25 de novembro de 1975”, seguindo-se, no ano seguinte, a eleição como “presidente da República com quase 62% dos votos, tornando-se o primeiro presidente da República eleito por sufrágio direto e universal”, lê-se em nota da instituição.
Manuela Eanes, licenciada em Direito, decidiu abdicar da sua carreira, em 1976, para acompanhar o marido nas funções presidenciais e, durante esses mandatos (1976-86), envolveu-se em projetos sociais relacionados com infância, juventude e envelhecimento. Foi também cofundadora do Instituto de Apoio à Criança, criado em 1983.
Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas