A Misericórdia da Trofa está a um passo de ser considerada unidade Humanitude.

Zélia Reis, diretora coordenadora da instituição, afirmou ao VM que mais importante que a certificação são os resultados alcançados durante pouco mais de um ano de formação.

Segundo contou a responsável, o desejo de serem uma instituição Humanitude remonta há muito tempo. “Há muitos anos que pensamos, pesquisámos e implementámos alguns dos pilares da Humanitude”. Após algumas candidaturas não aprovadas, a mesa administrativa assumiu todos os encargos e deu início ao processo de formação através da única entidade creditada em Portugal, a Via Hominis. 

Mas, afinal, o que é Humanitude? É uma metodologia de cuidados sustentada na qualidade da relação entre cuidador e pessoa cuidada. Esses cuidados humanizados “propiciam bem-estar físico e psíquico, conforto, prazer, vivificam a autoconfiança e a autoestima, garantem oportunidades para a pessoa fazer escolhas e permite-lhe utilizar as suas capacidades, físicas, psíquicas e relacionais”. 

Esta nova metodologia já se encontrava, de certo modo, em prática na Misericórdia da Trofa. “Durante muito tempo fomos participando em congressos, seminários, formações. Fizemos muitas pesquisas e fomos implementando práticas com vista a evoluirmos na qualidade do cuidado prestado”, referiu Zélia Reis.

Uma avaliação recente de monitorização revelou que, com menos de um ano de iniciação da formação em Cuidados Humanitude, há resultados registados que muito orgulham a instituição. Entre os mais relevantes, destaca-se redução do número de pessoas com uso de contenções físicas, diminuição dos episódios de agitação e do consumo de ansiolíticos e antidepressivos, entre outros.

Sendo que este é um processo contínuo de mudança progressiva que pressupõe o envolvimento e corresponsabilização de cuidadores diretos e indiretos, a responsável acredita que, no futuro, “estes resultados se ampliarão para garantir que as pessoas de quem cuidamos vivem com qualidade” e acrescenta: “Somos uma casa acolhedora com pessoas felizes alicerçada em valores fundamentais como a atenção, o respeito pela identidade, a confiança e a união”. 


Voz das Misericórdias, Vera Campos