Na Misericórdia de Lousã, Vieira da Silva garantiu que “tudo fará” para que o setor social possa beneficiar mais do Portugal 2020.

O ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Vieira da Silva, participou na inauguração das obras de ampliação da estrutura residencial para pessoas idosas (ERPI) da Santa Casa da Misericórdia da Lousã, na tarde de 5 de maio, e ouviu o apelo do provedor João da Franca

As obras agora concluídas permitiram o alargamento deste espaço em mais 16 camas, passando a dispor de 80 camas no total, respondendo desta forma às necessidades de alojamento de mais pessoas idosas, de ambos os sexos, cuja situação social, familiar, económica e/ou de saúde as impossibilita de permanecer no seu próprio meio habitacional.

O acolhimento de mais utentes representa, segundo o provedor João da Franca, um encargo mensal a rondar os mil euros por pessoa, o que envolve o acréscimo de 72 mil euros por ano, considerando as 16 novas camas do lar (como o ministro Vieira da Silva prefere designar) da Santa Casa da Misericórdia da Lousã.

Ainda segundo João França, o lar tem a finalidade de ser uma “casa de família” dos seus utentes (cuja média etária dos atuais é de 83 anos e, por isso, já com “muita dependência”, principalmente na mobilidade). Além dos serviços básicos prestados neste tipo de unidade (alimentação, alojamento, cuidados médicos e de enfermagem, cuidados de higiene pessoal etc), o lar de idosos da Misericórdia de Lousã dispõe também de serviço de fisioterapia e de hidroterapia, a par do acompanhamento psicológico e social, sem esquecer a assistência religiosa.

As obras entretanto terminadas, que também incluíram o refeitório e a sala de convívio dos idosos, representaram um investimento próximo dos 650 mil euros, tendo cerca de um terço (213 mil euros) beneficiado do apoio do Fundo Rainha Dona Leonor, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em colaboração com a União das Misericórdias Portuguesas (UMP).

Ainda segundo o provedor, a Misericórdia da Lousã, fundada em 1566, tem estatuto de instituição particular de solidariedade social (IPSS), sem fins lucrativos e de âmbito regional, e “procura intervir no âmbito da ação social, apresentando respostas sociais que se concretizam através de diversos equipamentos e serviços”. 

Nesse contexto, João da Franca deu conta, durante a sessão solene (após a visita às instalações da ERPI, com o ministro), de outras necessidades da instituição que dirige, a exemplo da remodelação das instalações antigas, aguardando o resultado de uma candidatura, no valor de 800 mil euros, ao programa Portugal 2020.

A este propósito, o presidente do Secretariado Regional de Coimbra da UMP e provedor da Misericórdia de Cantanhede, Rui Filipe Rato, teceu algumas críticas ao atual quadro comunitário de apoio, que disponibiliza “apenas 12 milhões de euros” para obras de requalificação de equipamentos sociais. O que, na sua opinião, “é irrisório para as necessidades”.

Ao intervir, o ministro e economista Vieira da Silva assegurou que o governo “tudo” fará para que, “no Portugal 2020, a economia social volte a ter um programa à altura das suas necessidades, ambição e também responsabilidades”, sustentando que, no que se refere aos acordos entre as IPSS e a Segurança Social, se tem verificado “um aumento”. O governante especificou que para o município da Lousã é transferida anualmente uma verba superior a 3,7 milhões de euros.

Na sua alocução, o ministro – que quer “respostas inovadoras” para defrontar “o conjunto enorme de desafios que temos pela frente”, como a demência e os cuidados que as doenças causadoras do declínio progressivo das pessoas impõem – frisou que o governo elegeu duas prioridades a nível da cooperação: garantir a estabilidade para as instituições e garantir um nível mais elevado de equidade na relação com as instituições.

Voz das Misericórdias, Vitalino José Santos