A Misericórdia de Vagos está a preparar novas respostas para a demência. O projeto “Vagos Abraça a Demência” foi apresentado a 2 de julho, no Centro de Educação e Recreio.

Em causa está a criação de um centro terapêutico vocacionado para acolher as pessoas diagnosticadas com a demência. Com um custo estimando de 400 mil euros, o novo centro pretende dar uma resposta multifacetada às famílias que lidam com a problemática das demências.

Para a coordenadora geral da Misericórdia, Sónia Ribeiro, “promover o pensamento reflexivo junto das pessoas que residem em Vagos, recorrendo ao diálogo como instrumento de mudança”, para desenvolvimento de “uma comunidade amigável” para pessoas com demências é outro objetivo deste novo projeto.

Algumas das atividades planeadas passam por ações de formação e capacitação do cuidador informal, com inclusão de familiares e vizinhos, de forma “a promover o alargamento e capacitação da rede de suporte”, explica Sónia Ribeiro.

“Quanto menos as pessoas estiveram institucionalizadas melhor”, frisa o provedor Paulo Gravato, apontando como solução “um serviço integrado do apoio domiciliário e da saúde, que leve até casa do doente, o médico, o enfermeiro e mesmo a realização de exames através das novas tecnologias, com ganhos efetivos na qualidade de vida”, defende.

Sónia Ribeiro lembra que “a maioria dos cuidadores do concelho estão envelhecidos e apresentam muitas fragilidades”, sendo fundamental reduzir o estigma e o preconceito associado à doença. “Consciencializar a comunidade para os comportamentos das pessoas com demência e dotá-la de ferramentas e estratégias de intervenção é o trabalho que será desenvolvido”, garante.

O presidente da Câmara Municipal de Vagos, Silvério Regalado, parceiro deste projeto, lembrou que “a sensibilização e atuação na área da demência” arrancou com o programa “Memorizar” que tem como entidade promotora a Misericórdia. Para o autarca, o avanço destes projetos “vai causar pressão” no governo central para “disponibilizar instrumentos financeiros para que estas instituições possam dar resposta a estes problemas atuais”, sublinhou.

Voz das Misericórdias, Vera Campos