Confecionados por voluntários e cozinheiras, as verbas angariadas com os doces tradicionais visam ‘ajudar quem mais precisa’

Na Misericórdia da Venda do Pinheiro todas as semanas há broas dos Santos para venda e uma vez por mês são as filhós que reinam à mesa. As encomendas são feitas diretamente na instituição e as verbas angariadas têm sempre como destino “ajudar quem mais precisa”.

A venda de filhós na Misericórdia da Venda do Pinheiro surgiu pela mão do grupo de voluntários da instituição, que semanalmente, produziam quilos desta iguaria da doçaria tradicional portuguesa para vender na feira da Malveira, por exemplo, e para os idosos da instituição degustarem.

Com o surgimento da pandemia provocada pela Covid-19 a confeção foi interrompida, mas as solicitações para retomarem a venda do doce não paravam de chegar à Misericórdia. Assim, e atendendo aos pedidos da comunidade, “uma vez por mês”, as filhós voltaram a estar disponíveis para venda, mas apenas “mediante encomenda, uma vez que deixámos de fazer venda ambulante”, conta Sandra Santos, diretora técnica da Santa Casa da Venda do Pinheiro.

Às filhós junta-se, semanalmente, a venda de broas dos Santos, confecionadas pelas cozinheiras da Santa Casa. “A canela em dose generosa e os frutos secos”, diz, Sandra Santos, não faltam “nas nossas broas” que são tão “apreciadas pelos nossos idosos e pela comunidade”.

Para além desta venda individual de doces tradicionais, o grupo de voluntários da Misericórdia criou o cabaz de outono composto por filhós, broas dos Santos, bolachas, licores, doces de abóbora, entre outros produtos. “Foi um sucesso” e levou a que esteja a ser preparada uma edição natalícia do cabaz, referiu Sandra Santos.

A venda de doces tradicionais tem, segundo a diretora técnica, como objetivos principais “aproveitar produtos alimentares, por vezes doados, manter as tradições e gerar receita” para a instituição, sempre com um “cunho solidário”, uma vez que as verbas obtidas “são disponibilizadas para ajudar quem mais precisa, seja um idoso ou uma família”.

Além disso, o dinheiro destas vendas tem contribuído também para “ajudar na gestão corrente da instituição”. Relembrando por exemplo, que este ano “houve uma necessidade urgente de adquirir equipamentos de proteção individual” e a verba foi canalizada para esse fim.

A adesão da população a esta iniciativa tem sido, para a diretora técnica, muito positiva. “Acabamos por envolver a comunidade naquilo que é uma responsabilidade de todos que é o apoio social”.

Voz das MisericórdiasSara Pires Alves