O primeiro domingo de maio foi de festa nesta aldeia despovoada junto do rio Alva, mas com diversos monumentos religiosos e civis, incluindo dois solares do século XVII, a lembrar a importância de outrora. Toda a azáfama e alegria locais devem-se à apresentação pública do renovado edifício do centro de dia da Santa Casa da Misericórdia, modernizado com as recentes obras de remodelação e de ampliação.

Na voz do provedor da instituição, Nuno Alberto Espinal, “trata-se de uma obra que veio contribuir para criar melhores condições de conforto e qualidade de serviços”, atendendo à atual meia centena de utentes, embora tenha capacidade para, num futuro próximo, beneficiar mais pessoas que ali sejam acolhidas e acompanhadas. 

A empreitada ascendeu a 330 mil euros (abrangendo os novos equipamentos de cozinha) e contou com uma comparticipação do Fundo Rainha Dona Leonor, que apoiou a Misericórdia de Vila Cova de Alva com cerca de 136 mil euros, ou seja, aproximadamente 40 por cento dos custos. 

A par da comparticipação financeira no âmbito do Fundo Rainha Dona Leonor, que decorre de uma parceria entre União das Misericórdias Portuguesas e Santa Casa de Lisboa, o provedor revelou ao VM ter ficado surpreendido com a doação, por parte de José Pedro Leitão (que participou no almoço de confraternização), de uma área que iria permitir a ampliação do edifício do centro de dia.

Em declarações ao Voz, o provedor afirmou que a irmandade de Vila Cova de Alva agradece ao ex-presidente do município arganilense, Ricardo Pereira Alves, a atribuição de 10 mil euros para a construção de uma pala frontal no edifício do centro de dia, bem como o “empenho na agilização de todo o processo burocrático”, já sob o mandato do atual responsável pela edilidade, Luís Paulo Costa.

Outro autarca local que se regozija não só com a requalificação da rua Luís Bento Susano (agora igualmente inaugurada, depois de calcetada – o que facilita o acesso ao centro de dia) mas também com os melhoramentos na Misericórdia é Paulo Amaral. O presidente da União de Freguesias (UF) de Vila Cova de Alva e Anceriz salienta a “sensibilidade e resiliência” do provedor Nuno Espinal para, “ao longo de quase 20 anos”, dotar a região de “melhores condições para o apoio aos mais idosos”.

As festividades começaram com a celebração de uma missa na igreja matriz, a que se seguiu a procissão de Santa Cruz (embora o Dia de Santa Cruz esteja assinalado no calendário a 3 de maio) e encerraram com um concerto da Filarmónica Flor do Alva. 

Nuno Espinal discursou durante o almoço e mostrou-se satisfeito com as principais obras e investimentos realizados, desde “a remodelação do edifício então existente”, incluindo a aquisição do terreno onde foi instalada a tenda para aquele momento de convívio, assim como a criação da casa mortuária e, além dos muros de suporte ao edifício do centro de dia, a cobertura da ribeira, que ali passava a “céu aberto”.

Na ocasião, o provedor da Misericórdia de Vila Cova de Alva sublinhou as “excelentes relações de colaboração” com o executivo da UF, frisando que “a requalificação da rua [Luís] Bento Susano é uma prova inequívoca da sua solidariedade para com a Santa Casa, já que veio proporcionar melhores acessibilidades”.

“Podemos dizer que, neste momento, a Misericórdia está com sustentabilidade garantida. As obras estão feitas, as coisas estão mais funcionais e temos algum dinheiro em tesouraria que nos possibilita responder a qualquer percalço”, declara Nuno Espinal ao VM, embora se mostre inconformado com os problemas demográficos estruturais da região, com escassez de gente e muito envelhecida. Voz das Misericórdias, Vitalino José Santos