Nas aldeias de Vila Pouca de Aguiar, os brinquedos entregues pela Misericórdia local são como um passaporte para ver sorrisos nascerem no rosto das crianças mais carenciadas. A cada ano, a campanha “Um brinquedo, um sorriso” concretiza a obra de misericórdia espiritual que manda “consolar os tristes”.

Carregadas de embrulhos coloridos de diferentes formatos, as carrinhas da instituição percorrem as estradas e os caminhos estreitos das 14 freguesias do concelho para que, como destaca o provedor Domingos Dias, “um pequeno milagre de Natal se realize em cada criança”.

“Há mais de uma década que a Santa Casa da Misericórdia de Vila Pouca de Aguiar interioriza as cartas dirigidas ao Menino Jesus que são enviadas pelas crianças mais carenciadas do nosso concelho que, cheias de toda a esperança, pedem uma prendinha”, conta.

Descendentes de famílias que vivem em risco de pobreza e/ou flageladas pelo desemprego, mais de 80 crianças, com idades que vão até aos 12 anos, têm, assim, direito a um presente que “agarram com avidez e muita felicidade”.

A campanha “Um brinquedo, um sorriso” reflete, também, a solidariedade da comunidade local que, durante um mês, dá o seu contributo nos pontos de recolha “estratégicos”: supermercados, escolas, instituições, igrejas. “Inicialmente, a maioria dos brinquedos doados eram usados. Ao longo dos anos, verificamos, cada vez mais, a preocupação que a população tem em oferecer algo de novo às crianças mais necessitadas”, refere a diretora técnica Hélène Esteves.

Depois, a equipa da Misericórdia encarrega-se de selecionar os brinquedos, categorizando-os por idades e género. “Procuramos adaptar o brinquedo à criança, personalizando o presente para posteriormente ser entregue ao destinatário”, explica Hélène Esteves.

É das mãos de uma equipa de 25 voluntários que, uns dias antes do Natal, os petizes recebem peluches, bonecas, carrinhos. “Todos os voluntários que contribuem para a realização destes pequenos gestos sentem que também o seu coração rejuvenesce nessa dádiva e entrega”, sublinha o provedor.

Voz das Misericórdias, Patrícia Posse