A igreja da Misericórdia de Alhos Vedros está a ser alvo de uma intervenção de recuperação e restauro financiada pelo Fundo Rainha Dona Leonor (FRDL) e pela Câmara Municipal da Moita. As obras começaram no início de setembro e prevê-se que estejam concluídas no primeiro trimestre de 2021.

As obras contemplam, segundo o provedor da Santa Casa de Alhos Vedros, uma intervenção “no altar-mor, no chão, na parte elétrica e de iluminação e ainda a recuperação dos azulejos com cenas da vida da Virgem que revestem as paredes da igreja”.

Segundo Miguel Canudo, estas obras “são fruto de muitos anos de luta” por parte da mesa administrativa. Por isso ressalva que “foi em boa hora” que o Fundo Rainha Dona Leonor os apoiou, permitindo assim “colmatar esta necessidade” e “preservar o património histórico e arquitetónico desta instituição que celebra 520 anos de existência e dignificar este espaço religioso”.

As obras de requalificação da igreja da Misericórdia de Alhos Vedros, para além de contarem com o apoio do FRDL em cerca de 167 mil euros, vão ser “apoiadas pela autarquia local, que nos vai subsidiar com 20% do valor da empreitada, orçada em 320 mil euros”. O restante valor, referiu o provedor, vai ser assegurado pela instituição e “iremos ainda apelar a alguns mecenas locais para ver se nos apoiam”. 

A igreja da Misericórdia tem estado encerrada ao público, sendo apenas palco de “pequenas iniciativas culturais da instituição”. No entanto, depois de concluídas as obras, é objetivo da Santa Casa de Alhos Vedros “abrir este templo religioso de novo ao culto e ao público, devolvendo assim a igreja à comunidade”.

Situada no centro da vila de Alhos Vedros, a igreja da Santa Casa, classificada como imóvel de interesse público em 1996, é um templo religioso de estilo maneirista, composta por uma nave única coberta por teto de madeira, de onde se destaca a talha dourada do altar-mor, de finais do século XVII, e a azulejaria em tons de azul e branco que reveste as paredes, da primeira metade do século XVIII.

Voz das Misericórdias, Sara Pires Alves