Mais de uma dezena de Misericórdias assinalou o Dia Internacional dos Museus com iniciativas vocacionadas para diferentes públicos

Mais de uma dezena de Misericórdias assinalou o Dia Internacional dos Museus com iniciativas vocacionadas para diferentes públicos, que incluíram visitas temáticas, exposições, ateliês didáticos e partilha de memórias, dentro e fora de portas. A efeméride criada pelo ICOM – Conselho Internacional dos Museus, em 1977, voltou a inspirar os museus, num total de 660 espaços de 56 concelhos, a reinventar-se e dialogar com novos públicos, tendo subjacente as suas principais missões: colecionar, conservar, comunicar, investigar, expor.

Em 2019, a reflexão lançada aos museus centrou-se no seu papel para o desenvolvimento da sociedade em todo mundo, enquanto plataformas interativas orientadas para a comunidade que, segundo nota do ICOM, têm o poder de “estabelecer o diálogo entre culturas, construir pontes para um mundo pacífico e definir um futuro sustentável”.

Os espaços museológicos de várias Misericórdias prepararam uma jornada especial para assinalar o Dia Internacional dos Museus, a 18 de maio, com horário alargado (Porto), num circuito interligado com outros museus da cidade (Coimbra, Porto). Além de ter as portas abertas até às 22 horas, o MMIPO – Museu e Igreja da Misericórdia do Porto mostrou aos visitantes as mais recentes aquisições, da autoria de Domingos Sequeira ((1768-1837), e as “icónicas máquinas de escrever da Olivetti, que fazem parte do imaginário de várias gerações”. 

A congénere coimbrã inaugurou uma exposição com espólio documental e promoveu visitas guiadas aos espaços do complexo monástico-escolar do Colégio da Sapiência enquanto em Lamego abriu ao público uma exposição sobre os “artistas e mecenas que deixaram a sua marca em diversas campanhas de decoração”, ao longo de 500 anos de história (1519-2019).

A parceria entre instituições vizinhas permitiu ainda que os utentes das respostas sociais de terceira idade conhecessem os equipamentos culturais da cidade ou localidades próximas. Assim foi em Góis, a convite do município, em Vale de Cambra, com uma visita à Casa do Mel e Museu do Caramulo, e em Póvoa de Lanhoso, numa visita orientada pelo historiador José Abílio Coelho ao Museu da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários. No Fundão, um grupo de utentes do Lar Nossa Senhora de Fátima deslocou-se à Covilhã para admirar a exposição de obra gravada e cerâmica “A Essência da Cor”, do pintor Manuel Cargaleiro.

Potenciar a ligação entre os diferentes espaços patrimoniais da cidade foi também o mote da exposição “Re-Visitação”, em Torres Novas, que envolveu o município, Santa Casa e paróquias numa revisitação de temas sagrados, a partir da experiencia do artista Luís Rodrigues. 

A interatividade com o público sénior marcou as iniciativas desenvolvidas em Avis e Belmonte. Na primeira, a data foi pretexto para um serão de contos no Museu do Campo Alentejo, que visou a transmissão de histórias, lendas e adivinhas de outros tempos e contou com a colaboração ativa de seis utentes da Misericórdia.

A congénere beirã foi convidada a levar os utentes da estrutura residencial D. Maria José Soares Mendes e de apoio domiciliário ao Museu do Brinquedo, em Seia, para participar num ateliê de construção de brinquedos. 

O Dia Internacional dos Museus foi também assinalado nos Açores, onde a Misericórdia de Divino Espírito Santo da Maia convidou todos aqueles que passaram pelo Museu do Tabaco a tomar um chá e partilhar memórias, no âmbito da atividade "Um chá de loucos pelo património".

Neste dia de festa, a direção do ICOM Portugal saudou todos os profissionais que mais uma vez se associaram a esta iniciativa para “mostrar a vitalidade da vida dos museus e o seu valor para as práticas culturais nas comunidades”. Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas