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- Gáfete | Conferência sobre os desafios da preservação do património
A iniciativa, que decorreu na Capela do Espírito Santo, teve como objetivo “discutir a importância histórica e cultural das Misericórdias, bem como abordar os desafios e as oportunidades que estas instituições enfrentam na preservação do património e o seu fortalecimento no futuro”, como destaca o provedor, Carlos Abreu.
Neste âmbito, coube a Paulo Alexandre Sousa ser o primeiro orador, começando por destacar a importância deste evento, que coincidiu com o nascimento da Rainha Dona Leonor, fundadora das Misericórdias, focando, de seguida, a sua intervenção no Fundo Rainha Dona Leonor (FRDL). O provedor da Santa Casa de Lisboa apresentou dados sobre o impacto que este fundo tem tido junto das Misericórdias, lembrando que, desde 2014, já apoiou mais de 140 projetos em todo o país, com um investimento superior a 23 milhões de euros, dos quais 28 foram dedicados à recuperação do património.
Paulo Alexandre Sousa lembrou ainda que a Santa Casa de Lisboa, desde 2020, não afetava verbas do seu orçamento ao FRDL, tendo este ano entendido reiniciar o processo, disponibilizando, para este efeito, “mais um milhão de euros”, valor que “esperamos até vir a incrementar nos próximos anos”, avançou. Neste contexto, informou ainda que foi aberto um novo concurso, exclusivo para a recuperação do património, que recebeu 46 candidaturas.
O provedor de Lisboa esclareceu que este foco na reabilitação do património surge pela consciência de que “a urgência da resposta social implica, muitas vezes, a decadência do património histórico”, pois “nem sempre há meios para atender às duas realidades”. Neste momento, continuou, “sentimos que há património, um pouco por todo o país, com necessidade de intervenção urgente”.
De seguida, Mariano Cabaço detalhou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na inventariação e catalogação do património das Misericórdias, bem como a sua importância para a preservação da identidade das instituições. “Quando as Misericórdias percebem o verdadeiro valor do seu património, sentem-se mais motivadas para recuperá-lo”, afirmou.
Na sua intervenção, a diretora do Centro Distrital de Portalegre do Instituto da Segurança Social partilhou informações sobre o apoio contínuo da Segurança Social às Misericórdias, tendo Sandra Cardoso destacado o programa PARES, que visa consolidar e expandir a rede de equipamentos sociais em todo o território continental, bem como o apoio deste organismo, dado ao longo do tempo, na recuperação do edificado da Santa Casa de Gáfete.
A questão da valorização do património foi também destacada pelo presidente da Câmara do Crato, que sublinhou o esforço que o município faz para apoiar as IPSS do concelho, sublinhando que o município tem “trabalhado ativamente para fornecer o apoio necessário, seja através de parcerias ou da implementação de políticas que favoreçam a preservação do património histórico e cultural das instituições”, apontou Joaquim Diogo.
Por fim, Carlos Abreu anunciou que a instituição submeteu uma candidatura ao FRDL para a recuperação da sua igreja (Capela do Espírito Santo), “um projeto de grande importância, que, caso seja aprovado, nos permitirá conhecer um pouco mais sobre este espaço, melhorá-lo, tornando-o mais dinâmico e acessível a quem o queira visitar e apreciar a sua beleza”. Neste contexto, a Santa Casa de Gáfete contou com a colaboração do arqueólogo Joaquim Carvalho, da Fundação Ammaia, para explicar o valor histórico e patrimonial da igreja e detalhar a sua recuperação.
Voz das Misericórdias, Patrícia Leitão