Foram obras que literalmente “começaram pelo teto”, mas que, quase 12 anos depois, já valem distinções. O Núcleo Museológico de Arte Sacra da Santa Casa da Misericórdia de Loulé ganhou o Prémio Instituição, atribuído pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM). Este foi um dos pontos altos da cerimónia dos prémios, que este ano decorreu pela primeira vez na região algarvia: precisamente em Loulé.

Inaugurado a 30 de setembro de 2013, o Núcleo Museólogo integra um conjunto de bens culturais, importantes para a história da arte religiosa do concelho de Loulé, datados desde o século XVI ao século XX, do qual a Misericórdia é possuidora. Este acervo integra obras de pintura, escultura, ourivesaria, paramentaria, objetos processionais, entre outros.

Em declarações ao VM, Helena Machado Santos, da Misericórdia de Loulé, explicou que a ideia de construir este núcleo surgiu ainda em 2011. Mas antes foi preciso fazer obras na igreja. “Começámos pelo teto, literalmente, porque teve de ser todo tirado. O coro também foi novo e só depois dessas obras é que levámos para lá o espólio”, adiantou.

Entretanto, já tinha sido feito também um trabalho de inventariação do acervo, com a ajuda dos Museus Municipais de Faro e Loulé, para saber o que “poderíamos restaurar”.

Nas palavras de Ricardo Lampreia, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Loulé, o sucesso deste Núcleo Museológico vê-se “a cada ano que passa”. “Vamos sempre crescendo em número de visitantes, a maior parte estrangeiros. Recebemos cerca de 100 visitantes por mês, mas há meses que chega aos 300”, adiantou.

O espaço também costuma receber exposições de artistas algarvios ou residentes, o que ajuda a que crie ligação com a comunidade.

Quanto ao prémio da APOM, é visto tanto por Ricardo Lampreia, como por Helena Machado Santos como um “alento” para o futuro. “Finalmente, vimos o nosso trabalho reconhecido”, concluiu, entre risos, o provedor.

Voz das Misericórdias, Pedro Lemos