A igreja da Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro foi totalmente requalificada, devido ao grande estado de degradação.

Datada do século XVI e reformada no século XVII, o edifício apresentava “défices muito graves” na cobertura, assim como nas fachadas exteriores. O templo é bastante utilizado para missas, mas também em cerimónias fúnebres, uma vez que é a única capela mortuária da cidade.

As obras exteriores tiveram um custo de cerca de 94 mil euros, dos quais 78 mil foram financiados pelo Fundo Rainha Dona Leonor. O restante ficou a cargo da Misericórdia, que aproveitou o embalo da empreitada para requalificar o interior, nomeadamente fazer a substituição da iluminação e limpeza profunda do granito e conservação dos altares.

Luís Tomé, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro, no cargo há pouco mais de dois meses, sublinhou que esta requalificação era mesmo “importante e necessária”, já que se lembra de durante anos a chover dentro da infraestrutura. A obra já foi feita entre outubro de 2020 e junho de 2021, ou seja, durante o mandato do anterior provedor. No entanto, a inauguração e a bênção foram feitas apenas neste mês de março e contou com a presença do presidente do Secretariado Regional de Bragança da União das Misericórdias Portuguesas, Adérito Gomes, da administradora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ângela Guerra, e do bispo da Diocese Bragança- -Miranda, D. Nuno Almeida.

Na inauguração, Luís Tomé reiterou as palavras de Ângela Guerra, de que o interior do país está “um bocadinho esquecido” e reclamou investimento para a requalificação do lar sede desta instituição, que acolhe 64 idosos e é dos mais antigos do distrito de Bragança.

Segundo o provedor, a remodelação deste edifício é “fundamental”, devido a “graves” problemas, nomeadamente na cobertura, na caixilharia e no sistema de climatização. “Precisamos mesmo de tratar já este edifício, porque está muito danificado”, vincou.

Enquanto procuram financiamento para esta beneficiação, a Misericórdia de Miranda do Douro está ainda a elaborar uma candidatura para a construção de um novo lar. O município já cedeu o terreno para a construção do novo edifício, que terá a mesma capacidade que o lar atual.

O projeto também já está concluído, mas falta verba. As obras custarão entre “quatro e cinco milhões de euros”, mas, de acordo com Luís Tomé, a instituição não tem capacidade financeira para suportar este “custo muito elevado”. “A Santa Casa não consegue, neste momento, suportar uma despesa deste nível”, vincou.

O provedor espera submeter a candidatura ao PARES (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais) ainda este ano. “Estamos à espera de que abram os programas dos fundos comunitários. Esperamos ser contemplados, porque é uma necessidade grande para o nosso concelho e para o interior do país, onde a população está envelhecida”, reforçou.

As obras poderão demorar entre “três a quatro anos” e, por isso, a Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro está também a reunir esforços e a procurar financiamento para avançar, o mais rápido possível, com a requalificação do lar sede.

Voz das Misericórdias, Ângela Pais