‘Ensinar os ignorantes’ e ‘vestir os nus’ são as obras de misericórdia retratadas na sexta fase do projeto ‘Arte Contemporânea’, fruto de uma parceria entre a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a Cooperativa Árvore. Desde o seu arranque, em 2013, este projeto já deu origem a 79 representações de temas relacionados com a identidade das Santas Casas.

A atribuição das telas da nova fase foi feita através de sorteio, a 16 de junho, na sede da Cooperativa Árvore, no Porto, e contou com a participação da UMP e das Misericórdias de Amarante, Borba, Mora e Póvoa de Lanhoso.

Para produção das novas telas foram convidados os artistas Acácio de Carvalho, Alberto Péssimo, Armando Alves, Benvindo de Carvalho, Evelina Oliveira, José Emídio, José Maia (na foto), Mário Bismark e Ricardo Leite.

No sorteio, em representação da UMP, estava o vogal do Secretariado Nacional responsável pela área do património, José Silveira, que também é provedor da Misericórdia de Amarante, instituição integrada no projeto desde a fase inicial. Recorde-se que esta iniciativa da UMP arrancou com um conjunto de telas inspiradas na Nossa Senhora das Misericórdias. Na fase seguinte tiveram início representações das obras de misericórdia. A sexta fase já está concluída e estão previstas mais duas fases que contemplem as obras ainda em falta: ‘visitar os presos’, ‘enterrar os mortos’ (obras corporais), ‘perdoar as injúrias’ e ‘suportar com paciência as fraquezas do próximo’ (obras espirituais). O método de sorteio para atribuição das telas tem vindo a ser utilizado desde a primeira hora.

Ao todo, este projeto já envolveu 21 Misericórdias que, através da aquisição das telas, contribuem para renovação do seu espólio. Dados apurados através do inventário ao património cultural das Santas Casas, promovido pela UMP, revelam uma percentagem mínima de peças contemporâneas nas instituições, sendo predominante a presença de peças dos séculos XVIII e XIX. Este projeto em parceria com a Cooperativa Árvore surgiu como tentativa de reverter esta tendência.

Segundo o responsável pelo Gabinete do Património Cultural da UMP, Mariano Cabaço, é intenção da União encetar esforços para que o culminar deste projeto possa ser assinalado através de uma exposição temática e um catálogo para memória futura.

Este projeto já envolveu perto de 30 Misericórdias, apesar de apenas três (Borba, Mora e Póvoa de Lanhoso) estarem a investir na coleção completa (Senhora do Manto e obras corporais e espirituais de misericórdia).