Dois artistas de renome internacional assinalam a reabertura do MMIPO - Museu e Igreja da Misericórdia do Porto, depois de mais de três meses sem poder receber visitantes na Rua das Flores. A exposição "Alberto Giacometti – Peter Lindbergh. Capturar o Invisível", apenas vista no Instituto Giacometti em Paris, reúne mais de 110 obras, entre esculturas e desenhos de Giacometti e fotografias de Lindbergh, onde se incluem alguns dos mais icónicos retratos do fotógrafo de moda.

Para António Tavares, provedor da Santa Casa, “esta exposição é a concretização de uma das últimas projeções de Peter Lindbergh, onde, aquando da sua visita ao Porto, procurou conhecer mais sobre a cidade, sobre nós, enfim, sobre o espaço e as gentes que iriam acolher esta exposição”, lê-se em nota informativa.

A iniciativa, inédita em Portugal, é um tributo ao fotógrafo de moda que morreu em setembro de 2019 e materializa um diálogo íntimo entre a obra de Alberto Giacometti (1901 – 1966) e Peter Lindbergh, na forma como representam a realidade. Algumas destas imagens nasceram num encontro singular, na Fundação de Giacometti em Paris, descrito da seguinte forma pelo fotógrafo: “Se me perguntassem quais foram os cinco dias mais bonitos da minha vida, aquele com as esculturas de Giacometti [para fotografar o espólio do escultor] seria certamente um dos primeiros três”.

A exposição patente até 24 de setembro acolhe, numa sala exclusiva, alguns dos mais icónicos retratos de Lindbergh, com Naomi Campbell, Uma Thurman e Julianne Moore, e culmina com uma prova de vinho do Porto no Flores Rooftop, aberto recentemente ao público.

A preparação desta mostra foi uma das tarefas asseguradas pela equipa do museu, enquanto esteve de portas fechadas. Em declarações ao VM, o provedor António Tavares destacou o empenho da equipa na inventariação de novas obras no acervo, o desenvolvimento do plano de conservação preventiva, a preparação de atividades educativas e a criação de conteúdos para divulgação nos canais de comunicação. A expetativa é retomar a “atividade de forma gradual, mas consistente”, prevendo-se, no futuro próximo, o retorno das “demais atividades presenciais com a qualidade, segurança e interesse que caracterizam a nossa oferta”.

Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas