A Misericórdia de Riba d’Ave celebrou no último 19 de novembro o encerramento do jubileu extraordinário da Misericórdia com a reabertura da renovada capela da Misericórdia, depois de esta ter sofrido obras de restauro que a devolveram à sua condição original.

Em cerimónia presidida pelo arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, sucedeu à inauguração uma celebração eucarística onde foram homenageados 26 casais da comunidade, de diferentes gerações, cujas bodas matrimoniais alcançaram os 25 anos, 35 e até 50 anos de casamento.

Os casais receberam um diploma emanado do Vaticano, abençoado pelo próprio Papa Francisco. “Hoje é um dia especial, hoje é dia de festa e a ideia da presença destas pessoas aqui significa aproximar, receber, de portas abertas, a comunidade de Riba de Ave, que cresceu ao longo do tempo ao redor da Santa Casa”, como frisa o provedor Fernando Guedes.

Num dos primeiros dias de frio do mês de novembro, os convidados que se aglomeravam na calçada em frente do edifício conversavam ou simplesmente admiravam a fachada do monumento antes do início das solenidades. É bem provável que nem todos soubessem que a pequena capela já foi outrora a igreja Paroquial de Riba De Ave, antiga Igreja de São Pedro.

É o que nos explica a especialista que esteve à frente daqueles trabalhos de restauro, Carla Ferreira: “Temos as chaves de São Pedro no brasão talhado na pedra da fachada”, aponta, ressaltando que também no interior, no centro do arco cruzeiro em talha dourada, encontra-se a mitra papal e igualmente as armas do apóstolo fundador. Outra curiosidade que nem todos podem conhecer é que a capela foi transladada para a sua atual localização no século passado, embora as suas origens provavelmente remontem ao século VI.

No correr do trabalho, “a principal preocupação foi limpar, desinfestar e estabilizar as peças, preservando-as para que perdurassem no tempo, o que agora está garantido”, continua a técnica responsável pelas obras de restauro. O interior da capela foi revestido e pintado predominantemente a branco, sendo também aplicados azulejos em lambril, tendo sido ainda removidas as bordas em cimento que ocultavam a pedra e as pinturas decorativas originais que envolviam portas e janelas, expondo marmoreados azuis e rosados presentes na capela.

Já no fim da cerimónia que reabriu o templo à comunidade, encontramo-nos com o provedor Fernando Guedes que, em jeito de despedida, refere que cuidar do património cultural é uma das responsabilidades para a qual a Santa Casa está e permanecerá atenta.

Reportagem disponível na íntegra na edição de novembro do “Voz das Misericórdias”.