A proposta, inserida nos serviços educativos do Museu da Misericórdia de Viseu, visa não só promover a sensibilização para o património cultural, mas também oferecer aos participantes uma experiência lúdica e educativa. Através desta atividade, o museu abre as portas para o público juvenil, proporcionando uma nova forma de aprender sobre a arte, a história e a cultura secular da instituição.
Segundo o diretor do Museu, Henrique Almeida, "a lição" começa com uma receção acolhedora, onde as regras do jogo de xadrez são explicadas. Em seguida, os participantes embarcam numa "caça ao tesouro", na qual devem descobrir e recolher as peças de xadrez espalhadas pelo museu, correspondendo ao cupão entregue a cada jogador. Após essa etapa, as turmas dirigem-se ao adro do museu, onde é montado um gigantesco tabuleiro de xadrez para a realização de torneios dinâmicos, estimulando a aprendizagem prática e colaborativa.
A ideia desta atividade surgiu com o objetivo de atrair o público juvenil e estudantil para o museu, utilizando como base a coleção de tabuleiros artísticos de um dos maiores xadrezistas nacionais, João Ferrari, professor e irmão da Misericórdia.
O projeto conta com o apoio do município de Viseu, que integrou a atividade nos programas escolares, facilitando o transporte dos alunos até ao museu e tornando a experiência acessível para muitas escolas da região. A iniciativa, que já levou ao museu mais de três mil crianças, é também um exemplo de inclusão social, ao proporcionar a participação a jovens com necessidades educativas especiais. Além de sensibilizar para o património cultural da região, a atividade tem como objetivo promover a integração e o desenvolvimento social através do xadrez, reconhecido como uma forma de arte e ciência.
O sucesso desta iniciativa, segundo Henrique Almeida, está comprovado “pela regularidade da procura das escolas em programarem um ‘dia no museu’ para a realização desta atividade”.
A iniciativa dirige-se, sobretudo, a crianças do primeiro ciclo do ensino básico, das escolas do concelho de Viseu (e da periferia, quando solicitada a visita).
Recorde-se que o Museu da Misericórdia existe no centro histórico de Viseu desde 2007, após a requalificação do edifício da igreja. Nas suas galerias é possível apreciar pintura, escultura, ourivesaria, dalmática, documentação histórica, retratos de benfeitores e provedores, como homenagem, além de surpreendentes espaços intimistas, onde os visitantes são envolvidos por música ambiente.
Este museu pretende preservar e divulgar o património artístico-cultural da irmandade, dando a conhecê-lo aos diversos públicos. Faz ainda a promoção de exposições temporárias e de visitas guiadas, bem como das ações de divulgação do património, no cumprimento de uma função educativa e pedagógica.
Voz das Misericórdias, Cármina Fonseca