“O dia 13 de maio [de 2024] foi um dos dias mais importantes do Centro Luís da Silva (CLS)”. Segundo Aurelino Ramalho, administrador do equipamento da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), em Borba, a data ficou marcada pelo batismo de 20 utentes, no âmbito da visita pastoral do arcebispo de Évora, ao concelho de Borba, durante o mês de maio.

Ao VM, o responsável adiantou tratar-se de um momento “simbólico e emotivo por terem sido escolhidas como madrinhas as colaboradoras do centro”, a que se juntou, no dia 15 de maio, a visita do arcebispo, num encontro com os utentes, familiares e colaboradores, que ficou marcado pela peregrinação da Imagem de Nossa Senhora da Conceição, uma breve cerimónia presidida por Francisco Senra Coelho e um almoço com todos os presentes.

Segundo a diretora técnica do CLS, Tânia Andrade, tudo começou com a visita da Congregação Pequenos Filhos da Mãe de Deus, no âmbito dos preparativos da visita pastoral. “As irmãs perguntaram se havia pessoas que ainda não tinham sido batizadas e os utentes e famílias mostraram logo interesse”. A partir daí, tudo foi preparado a preceito. “Encomendámos as velas e toalhas bordadas com o nome. Foi uma festa muito bonita pelo facto de estarmos todos envolvidos”.

Teresa Espanhol, animadora do centro, testemunhou o momento enquanto madrinha e recordou que este batismo foi o culminar de um acompanhamento espiritual iniciado há três anos pelo padre Alessandro Cont. “O encontro com o padre é das atividades que eles mais gostam. Nota-se um envolvimento muito grande. Alguns utentes não dão feedback nenhum e quando vem cá o padre começam a rezar e comunicam com ele. Em dez anos aqui nunca vi nada assim”.

Em plena pandemia (2021), Vítor Soares, 50 anos, foi o primeiro utente a reunir-se com o padre e as medidas vigentes permitiram apenas um encontro com “as distâncias de segurança”, recordou o pároco. Findas as restrições, seguiram-se outros encontros com um grupo mais alargado. “Comecei a ler o Evangelho do dia e a alternar conversa com música e oração. E daqui surgiu um acompanhamento quase semanal”, recorda o capelão.

Sobre a vivência da fé pelos utentes, o pároco acrescentou que a “presença de Jesus é vivida por eles e move os seus corações. Mesmos os que estão mais fragilizados apercebem-se do que está a acontecer e isso vê-se pela forma como reagem. Foi isso que o bispo também disse, na sua visita, este centro é como um santuário e aqui está presente Jesus Cristo crucificado”.

Crédito Fotografia: Jéssica Costa