O provedor da Misericórdia de Barcelos, Nuno Reis, apresentou publicamente, no dia 10 de março, a dissertação de doutoramento intitulada ‘Parcerias Públicas com o Setor Social: relação entre as Misericórdias e o Estado na prestação de cuidados em Portugal entre 1974 e 2018 – o caso dos hospitais (des)nacionalizados’.

A prova pública de doutoramento em Administração Pública, com especialização em Administração em Saúde, teve lugar na Universidade de Lisboa – ISCSP. 

Numa mensagem enviada aos provedores, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) congratulou Nuno Reis pela “tese aprovada com distinção, por unanimidade” e considerou tratar-se de uma “qualificação ao mais alto nível que prestigia o movimento das Misericórdias”. Manuel de Lemos destacou a “importância” do tema para as Santas Casas, conferindo “total robustez à estratégia que vimos sustentando” na UMP.

A concretização deste projeto de investigação foi para o autor, que também é vogal do Hospitais desnacionalizados com maior produtividade do que a média no SNS Secretariado Nacional da UMP e diretor do VM, o “corolário de um trabalho árduo, conciliado com a minha atividade profissional e com a atividade voluntária no setor social”.

No que diz respeito à relação entre o Estado e as Misericórdias, Nuno Reis adiantou ao VM que “os resultados reforçam essas parcerias como opção política válida em termos de sustentabilidade e acesso aos cuidados de saúde” e indicam que a “gestão de unidades hospitalares de proximidade pode ter nas Misericórdias uma boa alternativa”. No decurso da análise, concluiu ainda que “os hospitais desnacionalizados apresentaram maior produtividade do que a média dos hospitais do SNS, diferença mais acentuada no período pós-devolução”.

Enquanto provedor da Misericórdia de Barcelos, Nuno Reis tem valorizado o diálogo com a sociedade, através de parcerias com universidades, que “reafirmam a matriz identitária e reforçam os laços com a comunidade”. A este nível, enalteceu exemplos de “Misericórdias que se têm procurado abrir mais à comunidade”, admitindo, contudo, que o “papel do setor social na promoção do conhecimento, estudo e investigação pode ser ainda mais aprofundado”.

Marcaram presença, no ato público, o presidente da UMP, o provedor da Santa Casa do Porto, António Tavares, um dos seis membros do júri, e outras individualidades, como o ex- -ministro da Saúde, Paulo Macedo, e o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas