A Misericórdia de Póvoa de Lanhoso inaugurou uma unidade de cuidados moderados destinada a doentes Covid-19

A Misericórdia de Póvoa de Lanhoso inaugurou uma unidade de cuidados moderados, no dia 20 de novembro, destinada a doentes Covid-19, no âmbito de um acordo com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e o apoio da autarquia local. A unidade tem capacidade para acolher 80 doentes, numa primeira fase, podendo ser alargada a um total de 160, estando previsto funcionar durante um período de três meses renováveis.

Na véspera da abertura, o provedor adiantou ao VM que a antiga residência universitária do Instituto Superior de Saúde foi adaptada à função hospitalar, na sequência de um investimento de 200 mil euros, que envolveu a aquisição de equipamento e a contratação de 40 enfermeiros, 50 auxiliares de ação médica e 20 médicos, num período recorde de 10 dias.

Segundo Humberto Carneiro, só foi possível cumprir o desafio lançado pelo Ministério da Saúde porque “a equipa de colaboradores respondeu de forma brutal, em termos de eficiência e disponibilidade, e garantiu a adequação de uma unidade devidamente preparada para dar resposta capaz e eficiente. São pessoas fabulosas, sem eles era impossível”.

O provedor deixa, por isso, uma “palavra justa de reconhecimento” pela excelência do trabalho dos profissionais e adianta que a própria ARS do Norte, na vistoria técnica realizada, “validou positivamente com elogios a equipa técnica, pela forma objetiva e clara como respondeu às questões colocadas, mas também as instalações e adequações que fizemos”.

A adaptação da antiga residência universitária envolveu, entre outros, a compra e instalação de camas hospitalares, colchões viscoelásticos, equipamentos médicos, informáticos, criação de gabinetes de enfermagem, copas, zonas de dormitório e circuitos de limpos e sujos. A pensar na “tipologia de doente moderado”, onde se incluem sobretudo jovens adultos, foram também instaladas televisões e tablets, com acesso à internet para comunicar com as famílias, e zonas de fisioterapia, estando ainda disponível um serviço de acompanhamento psicológico.

Num momento em que os hospitais do distrito estão sobrecarregados, a Misericórdia de Póvoa de Lanhoso decidiu aliar-se ao esforço nacional no combate à pandemia. “Enquanto Misericórdia tínhamos a obrigação moral de o fazer e de mostrar que somos parte da solução para aliviar hospitais de Guimarães e Braga”, assevera o responsável.

Humberto Carneiro salienta, contudo, que este projeto só foi possível de concretizar com o apoio da Câmara Municipal que, junto da entidade proprietária do imóvel conseguiu agilizar as autorizações necessárias para transformar o edifício numa unidade de apoio fundamental aos utentes para aliviar os hospitais públicos da região.

Em comunicado, a autarquia salientou que esta resposta pode ser “fundamental para aliviar os hospitais”, num período em que se regista um pico de infeções na região, e reforçou o voto de confiança junto da Santa Casa pela “excelente experiência em matéria de saúde”.

O acordo de adesão com a ARS do Norte tem a duração de 3 meses, renováveis, podendo ser alargado em capacidade – de 80 para 160 camas – e duração, mediante a evolução da pandemia, estando definido o pagamento de 2495 euros por doente.

Os primeiros 20 doentes chegaram à unidade a 20 de novembro, estando previsto completar a lotação de 80 camas no decorrer da semana seguinte.

Para assinalar a abertura da unidade de cuidados moderados marcaram presença nas instalações, a convite da Santa Casa, o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos, o presidente da ARS do Norte, Carlos Nunes, e o presidente da autarquia, Avelino Silva, no dia 21 de novembro.

Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas