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- Riba de Ave | Ministra inaugurou resposta que é ‘projeto virado para o futuro’
Ana Paula Martins, que presidiu à inauguração destas novas respostas, no dia 20 de dezembro, assumiu que a área dos cuidados paliativos tem sido "muito negligenciada governo após governo". A ministra afirmou que “vai avançar, já no início de 2025”, a parceria com esta instituição, contemplada no acordo recente com a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) de maior cooperação com o SNS. “As Misericórdias são parceiras de confiança e os portugueses precisam de vós", proferiu.
Sobre o CIDIFAD, disse tratar-se de “um projeto que aborda um dos desafios mais significativos das sociedades avançadas e modernas, como é o caso da nossa”, sublinhando que “viver melhor não é só aceder a bons cuidados preventivos de saúde, mas poder dispor de cuidados humanizados. E aqui, além da infraestrutura, da tecnologia e da equipa multidisciplinar, tivemos oportunidade de presenciar e perceber que não há inteligência artificial nem tecnologia que possa substituir o calor humano que os profissionais de saúde entregam àqueles de quem cuidam”, ressalvou.
O CIDIFAD dispõe de 92 quartos individuais, distribuídos por três residências, uma unidade especificamente pensada para a disponibilização de cuidados paliativos, uma unidade de alojamento temporário para descanso do cuidador e uma unidade de alojamento para famílias ou para a formação de cuidadores.
O diretor clínico, Salazar Coimbra, explicou ao VM que o CIDIFAD é “uma resposta para as demências de acordo com aquilo que os países da OCDE definiram, que vai desde o diagnóstico precoce até ao fim de vida, com cuidados paliativos e apoio no luto”.
O provedor da Santa Casa de Riba de Ave disse ao VM que este investimento inovador “surge a pensar no futuro, apoiando aquilo que é cada vez mais notório: as demências”. Fernando Guedes salientou ainda a importância da aposta que tem sido feita “na investigação com acordos com vários países” e lembrou o investimento total, em todo o empreendimento, de cerca de 20 milhões de euros.
Referindo o trabalho que a UMP tem desenvolvido, nomeadamente “o recente acordo com o governo que permite complementar o SNS”, o provedor destacou o papel que as Misericórdias têm na saúde: “Já não estamos a falar de dar a sopa aos pobres, mas a avançar para o futuro”.
O provedor aproveitou ainda a presença da ministra para lembrar que, desde o dia 14 de dezembro, têm em funcionamento o centro de atendimento clínico (CAC) com a ULS do Médio Ave Famalicão e, desde o dia 16 de dezembro, com a ULS do Alto Ave Guimarães.
Para Manuel de Lemos, presidente da UMP, a ministra “percebeu que não estamos no pântano enganoso das palavras, mas estamos nas obras”, assegurou ao VM. Estando em presença de um investimento praticamente feito com recursos da casa, “não há governo nenhum, em qualquer país do mundo, que possa virar as costas a uma obra como esta, que nada custou ao Estado”, lembrou Manuel de Lemos.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, enalteceu o trabalho que a Santa Casa da Misericórdia local tem desenvolvido, “com esta visão, este pioneirismo, esta mais-valia e este valor acrescentado para ajudar as nossas comunidades e os nossos cidadãos”.
O autarca assegurou que o município “está muito empenhado em melhorar a rede de cuidados de saúde primários com um investimento de mais de 15 milhões de euros”, criando condições para “sinalizar e diagnosticar patologias diversas, nomeadamente esta questão da saúde mental e das demências”.
Voz das Misericórdias, Paulo Sérgio Gonçalves