As Misericórdias estiveram reunidas em assembleia geral no último sábado, dia 11 de dezembro, em Fátima. Além das dificuldades financeiras por que estão a passar as Santas Casas, a reunião magna ficou marcada pela votação em torno do projeto de separação, na estrutura interna da UMP, dos serviços dedicados a apoiar as associadas e a gestão autonomizada dos equipamentos sociais e participadas.

Depois de um debate aceso, as Misericórdias votaram a favor do início de um processo para eventual constituição de uma estrutura autónoma para gestão das instituições anexas. Foram 94 votos a favor, 14 contra e oito abstenções. O objetivo desta separação, afirmou o presidente da UMP, é fazer com que "a união se possa concentrar mais no apoio às Santas Casas".

Antes dessa votação a respeito da organização interna da UMP, a assembleia ficou marcada pelas dificuldades financeiras das Misericórdias, situação que se vai deteriorar em janeiro, por causa do aumento do salário mínimo. Para Manuel de Lemos, este “justíssimo aumento que ninguém discute” vai ter um impacto dramático nas contas das Santas Casas e apenas um reforço nas comparticipações do Estado poderá atenuar a situação.

Contudo, advertiu o presidente da União, um reforço das comparticipações, especialmente em lar de idosos, apenas será possível com novo Orçamento de Estado, que, por causa das eleições a 30 de janeiro de 2022, poderá levar meses a ser apresentado. Se não for encontrada uma outra solução dentro do atual quadro legal, Manuel de Lemos acredita que os próximos meses poderão ser muito complexos para as instituições.

Na mesma reunião as Misericórdias aprovaram, por unanimidade, o plano de atividades e orçamento da UMP para o ano de 2022.