O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos, e o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Lino Maia, foram recebidos a 24 de outubro pelo Presidente da República, numa audiência conjunta no Palácio de Belém. Ao longo do dia, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu vários especialistas sobre a atual situação pandémica em Portugal.

Em declarações aos jornalistas, no final do encontro, Manuel de Lemos revelou que uma das preocupações manifestadas ao Chefe de Estado diz respeito ao aumento dos pedidos de ajuda das famílias decorrente dos efeitos da pandemia de Covid-19. Segundo o presidente do Secretariado Nacional da UMP, há "muitos exemplos" de pessoas a recorrer às Misericórdias, cuja missão é apoiar os portugueses das terras "mais pequeninas" aos grandes centros urbanos.

Depois de sete meses, marcados por desafios, conquistas e obstáculos no combate à pandemia, o presidente da UMP deixou ainda uma crítica à falta de atenção às instituições no terreno. Em representação da CNIS, o padre Lino Maia reconheceu que a situação em Portugal não é comparável à de outros países, mas, à semelhança de Manuel de Lemos, criticou a falta de atenção ao setor social, nomeadamente no Orçamento do Estado (OE) para 2021. “O OE2021 passou ao lado deste setor", lamentou.

Na ocasião, o presidente da CNIS aproveitou ainda para enaltecer o papel de proximidade das instituições no terreno e o mérito e dedicação dos trabalhadores, neste período de crise sanitária.

Ao longo do dia, o Presidente da República recebeu ainda o Sindicato Independente dos Médicos, e o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, com o objetivo de analisar a atual situação provocada pela pandemia. No dia 25 de outubro, estiveram em Belém os representantes da Federação Nacional dos Médicos e a Associação Portuguesa dos Técnicos de Radiologia, Radioterapia e Medicina Nuclear, dando continuidade a este retrato do estado da pandemia em Portugal.

Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas