O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel de Lemos, foi reeleito, por unanimidade e aclamação, para um terceiro mandato como presidente da Confederação Internacional das Misericórdias (CIM). O ato eleitoral decorreu em Brasília, durante o 13.° Congresso Internacional de Misericórdias, que se realiza conjuntamente com o 30.° Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos.

O cargo para o qual foi agora reconduzido será exercido entre 2022 e 2025 e, nas palavras de Manuel de Lemos, reflete o “reconhecimento do trabalho desenvolvido nos últimos anos por esta equipa, em todo o mundo. Trabalhamos, e vamos continuar a trabalhar, com todas os países que têm Misericórdias (no total são 24), salvaguardando a sua identidade, mas potenciando uma cooperação que já existe, mas que queremos ver ainda mais ativa”.

No discurso de tomada de posse, o presidente da CIM destacou, entre outros assuntos, a necessidade e vontade de se prosseguir o trabalho num mundo em mudança: “Estamos a preparar as Misericórdias para os desafios do século XXI. O mundo está a mudar e as Misericórdias devem acompanhar essa mudança, proporcionando os cuidados para os quais estão vocacionadas (ação social, saúde, infância, envelhecimento, entre outros) aos que mais necessitam”.

Para a direção da CIM tomou também posse outro membro do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas. José Rabaça, tesoureiro da UMP, continuará a exercer funções nesta organização internacional, também no cargo de tesoureiro. Os novos órgãos sociais, eleitos a 23 de agosto, contam ainda com representantes do Brasil, Luxemburgo, França, São Tomé e Príncipe, Macau e Itália.

Criar protocolos de colaboração entre as Misericórdias de Portugal e do Brasil

Após a tomada de posse, a delegação da UMP, acompanhada pelo deputado federal António Brito, foi recebida pelo presidente do Senado brasileiro, Rodrigo Pacheco, a segunda figura do Estado, que acumula funções de presidente do Congresso e de vice-presidente do Brasil, em exercício.

Integrada nessa receção, a delegação portuguesa visitou ainda as duas câmaras que compõem o Congresso Nacional brasileiro: Senado Federal e Câmara dos Deputados.

Na opinião de Manuel de Lemos, “é muito importante manter relações fortes com entidades e autoridades de cada país. No caso do Brasil, estamos a trabalhar na possibilidade de podermos colaborar em formações em diversas áreas. Serão protocolos de colaboração nas áreas dos recursos humanos como, por exemplo, pessoal auxiliar. A língua aproxima-nos e o conhecimento e experiência em várias valências facilita o estreitar de relações”.

Os protocolos a celebrar serão entre a UMP e a Confederação das Misericórdias Brasileiras (CMB), permitindo mais opções de evolução e de escolha de técnicos credenciados para as Misericórdias de Portugal e do Brasil.

Também em Brasília, Manuel de Lemos e uma comitiva das Misericórdias foram recebidos pelo embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos. No encontro, foram debatidos temas relacionados com a saúde e o apoio social.

E mais tarde esteve presente na cerimónia em que o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, entregou para mostra, durante as comemorações do bicentenário da independência do Brasil, o coração do Rei D. Pedro IV.

Na opinião do presidente da UMP e da CIM, “D. Pedro IV é um herói da liberdade. Foi ele que no Brasil promoveu a liberdade, mas também foi ele que regressou a Portugal, assumindo o comando nas lutas liberais. É um monarca muito querido pelo povo brasileiro pelo que faz o maior sentido a entrega, ainda que durante um curto período, do coração em Brasília”.