A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) promoveu, no início de abril, três sessões de esclarecimento sobre o Compromisso de Cooperação para o biénio 2025-2026, em Portel, Fátima e Vila Verde, que reuniram perto de 500 participantes de 156 Misericórdias. O acordo assinado a 18 de março consagra o maior aumento de sempre nas comparticipações, num investimento de 220 milhões para 2025, e, pela primeira vez, partiu de um estudo dos custos efetivos das respostas sociais. No decorrer das sessões, os dirigentes da UMP destacaram o valor dos aumentos e a metodologia inovadora de trabalho, alertando, contudo, que se trata de um processo em curso devido à situação excecional que marcou a sua assinatura.

Segundo o presidente do Secretariado Nacional da UMP, Manuel de Lemos, este acordo concretiza uma ambição há muito desejada, de “saber o custo médio de cada resposta social”, contribuindo para maior estabilidade e previsibilidade orçamental das instituições.  Contudo, admite que “o processo ainda não terminou, tratando-se de uma espécie de primeira fase do Compromisso”, estando ainda prevista uma “alteração do modelo de funcionamento e financiamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados” e uma atualização na variável de recursos humanos, após “processo negocial que se espera concluído em 60 dias”.

Na terceira sessão, que decorreu ontem à tarde em Vila Verde, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social reconheceu que o documento assinado veio “reforçar a relação de confiança com o setor social, parceiro privilegiado do Estado”. Destacou, ainda, que o Compromisso partiu de um estudo inédito do custo das respostas sociais para “definição de uma fórmula de cálculo para a atualização anual das comparticipações”. Com base neste trabalho e “metodologia inovadora”, Maria do Rosário Palma Ramalho referiu que foram lançadas as “bases para que qualquer governo possa assegurar às instituições, através destas fórmulas, a previsibilidade, a sustentabilidade, a segurança, no desempenho do cuidado dos mais frágeis”.

Para Carlos Andrade, vice-presidente da UMP presente em todas as sessões, a principal inovação deste Compromisso reside na fórmula de cálculo das comparticipações. “Em vez de andarmos a discutir uma percentagem da comparticipação do ano anterior, passámos a discutir a percentagem da comparticipação em função do custo e isso faz toda a diferença. É por essa razão que dizemos que corresponde à primeira fase da lei de financiamento do setor social”. Neste novo modelo, outro aspeto estruturante é a “irreversibilidade da comparticipação pública, que evita a degradação desta percentagem em relação ao ano anterior”. Mas, apesar dos “avanços significativos na sustentabilidade”, admite que o acordo “não é um produto final, contendo ainda alguns desacertos que se devem ao contexto excecional em que foi assinado”.

Recorde-se que a apresentação detalhada do Compromisso esteve a cargo do responsável pelo Departamento de Auditorias, Márcio Borges, que integrou formalmente o grupo de trabalho para avaliação dos custos médios das respostas sociais. Sobre os resultados alcançados, adiantou que “cada instituição tem a sua especificidade e estes custos médios podem variar em função de critérios como a capacidade instalada e a dependência do utente”.

Em representação do presidente da UMP, na sessão em Fátima, o vice-presidente José Rabaça alertou para o regresso da “formação-ação” e pediu às Misericórdias que reportassem “as suas necessidades formativas, dentro e fora do Catálogo Nacional de Qualificações, até ao dia 15 de abril”.

As sessões de Portel e Vila Verde contaram também com a presença dos respetivos presidentes das câmaras municipais, José Manuel Grilo e Júlia Fernandes.

A par destes encontros descentralizados, o vice-presidente Carlos Andrade destacou ainda, como via de contacto preferencial para esclarecimentos adicionais, o novo modelo de reuniões online ‘A União à distância de um clique’, que permite esclarecer dúvidas específicas com a Misericórdia inscrita. Para mais informações sobre esta iniciativa, consultar este link https://www.ump.pt/Home/uniao/areas-de-atuacao/a-uniao-a-distancia-de-um-clique/ ou a Circular 16/2024.

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