A UMP e o seu presidente, Manuel de Lemos, foram distinguidos pela Misericórdia de Peso de Régua a propósito do 90º aniversário.

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e o seu presidente, Manuel de Lemos, foram homenageados pela Santa Casa de Peso da Régua, a 3 de Março, data que assinalou os 90 anos da instituição duriense.

“As distinções atribuídas figuram, na sua simbologia, o agradecimento do que entendemos como a entrega a um trabalho de missão, voluntarioso e altruísta, tendo como objetivo o fazer bem sem olhar a quem”, discursou o provedor Manuel Mesquita.

Assim, a UMP recebeu o título de membro honorário da Santa Casa da Misericórdia de Peso da Régua, enquanto Manuel de Lemos foi agraciado por “serviços distintos”. Esta última distinção é atribuída “por atos de particulares que beneficiem a comunidade no âmbito de obras sociais e revelem caridade, desapego e abnegação ao serviço das comunidades no exercício de funções privadas ou no desempenho de quaisquer cargos públicos”. 

“Quando assumimos uma função é para a desempenhar com a consciência de que vamos cometer erros, com a consciência de prever o copo meio vazio e olhar para o copo meio cheio e ver o que podemos fazer com aquela metade meia cheia.” Foi assim a primeira reação de Manuel de Lemos, após o anúncio do título.

Ambas as distinções honoríficas justificam-se “por todo o trabalho de excelência que os contemplados têm feito ao longo destes anos”. “Desde que a UMP foi criada, é notório o constante acompanhamento que dá às Misericórdias nos vários domínios e que nos faz sentir que não estamos sós”, realçou o provedor reguense. 
Manuel de Lemos confirmou a importância de tão honrosa distinção para a instituição que lidera: “é sempre bom que uma das nossas associadas reconheça o nosso trabalho e o faça desta forma, reconhecendo-o perante a sua própria comunidade”. “É sempre um momento de grande alegria para todos os que trabalham e se dedicam à UMP dia após dia”, acrescenta.

No discurso de agradecimento, Manuel de Lemos referiu que a distinção vai “direitinha para os provedores e trabalhadores que asseguram a dignidade e a cidadania de crianças, jovens, deficientes, idosos do País”. “São eles os heróis do quotidiano”, reiterou. O fundador da UMP, Vítor Melícias, também não ficou esquecido, porque, afinal, “foi ele que nos deu natureza e identidade”.

Competência e instrução são dois traços que Manuel Mesquita aponta ao perfil do presidente da UMP. Por isso, a homenagem a Manuel de Lemos é “mais do que justa” por ser “um homem que está sempre presente”. “Trabalha sempre connosco e nunca nos fecha a porta. Está sempre disposto a dar o melhor contributo e a melhor solução para os problemas que nos afetam. É uma distinção pela sua canseira de andar a percorrer o País a aconselhar e orientar as Misericórdias e a defender tudo o que são as nossas preocupações e reivindicações junto do governo central”, frisa. 

Sem contar com a distinção pessoal, Manuel de Lemos não escondeu que “se fica sempre agradado e emocionado ao mesmo tempo”. “A Régua é uma comunidade com história, com tradição e muito importante para o meu País, porque antes e depois do Cristiano Ronaldo vai continuar a haver o vinho generoso que se faz nestas terras. E numa comunidade como esta, reconhecer o trabalho de um indivíduo que é a face de uma equipa, é muito especial”, concluiu.

Num olhar de retrospetiva, o provedor da Misericórdia de Peso da Régua invoca o “trajeto contínuo” da instituição. “Sou provedor há 15 anos e as Misericórdias e o setor social tiveram alterações profundas, mas isso não nos impediu de crescer. Temos, agora, o dobro dos funcionários e mais valências. Apesar da crise que se abateu a partir de 2009 e que trouxe problemas acrescidos a nível da sustentabilidade, nunca parámos de crescer, de investir nos equipamentos e isso dá-nos imenso orgulho.” A breve trecho vão avançar as obras de remodelação do lar de infância e juventude e o investimento na eficiência energética. “A sensação de apreço que as pessoas nos transmitem é a gasolina que nos faz continuar a trabalhar para os mais desfavorecidos”, confessa Manuel Mesquita.

Voz das Misericórdias, Patrícia Posse