O Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) recebeu hoje, em audiência na sede da UMP, o presidente do PSD, Luís Montenegro, acompanhado pelo secretário-geral do partido, Hugo Soares, e pelo secretário-geral adjunto, Paulo Cavaleiro, para debater os principais desafios e dificuldades das Misericórdias, na atual conjuntura política e financeira, e preparar a discussão da proposta de orçamento de Estado para 2023, no Parlamento, que tem início a 26 de outubro.

Em declarações aos jornalistas, no final da reunião, o presidente do PSD manifestou a sua “convicção profunda na complementaridade que o setor social pode dar na prestação de serviços públicos à população nas mais variadas vertentes. Não viemos apenas perceber e dar resposta, enquanto principal partido da oposição, aos problemas que o setor social tem, viemos também dialogar para perceber o que no médio e longo prazo pode ser a arquitetura de uma sociedade que aproveite as potencialidades de todos os setores, público, social e privado, para ser mais justa, mais equilibrada e dar mais bem-estar às pessoas”. 

Num tempo marcado pelo aumento do custo de vida e dificuldades no acesso a cuidados de saúde, Luís Montenegro defendeu o aprofundamento da cooperação com o setor social e a capacidade já instalada das Misericórdias em áreas fulcrais como a saúde, apoio às famílias e aos mais velhos. “O Governo não deve ter qualquer complexo em aproveitar a capacidade das Misericórdias para fazer face a problemas tão graves como o acesso a médico de família, urgências fechadas, listas de espera e a necessidade de ter uma rede de cuidados continuados a funcionar e com condições financeiras que permitam até multiplicar a sua oferta”.

Para o líder  do partido, é “incompreensível” não aproveitar a competência, vasta experiência e capilaridade destas instituições no território, no momento que vivemos. “Tudo isto são valências que as Misericórdias conhecem muito de perto e onde têm experiência. Não aproveitar esta capacidade do setor social é um desperdício que é incompreensível”.

À margem dos trabalhos, o presidente da UMP reconheceu a importância do encontro com o líder do principal partido da oposição, enquanto forma de diálogo com o Estado e análise da atual conjuntura do país. “Os partidos também são Estado e nós temos de ter o nosso diálogo com o Estado. O Dr. Luís Montenegro manifestou interesse em continuar a trabalhar connosco no sentido de uma análise serena e a longo prazo, tal como tem sido feito com outros partidos”.

Segundo Manuel de Lemos, a reunião serviu para analisar “o momento difícil que vivemos e a nossa capacidade de, junto do Governo, abrirmos portas para ultrapassar esta situação, ajudar a tirar as pessoas da pobreza e cuidar dos mais frágeis, que é a nossa missão”.

A comitiva do PSD foi recebida pelo presidente da UMP, Manuel de Lemos, e membros do Secretariado Nacional, Manuel Caldas de Almeida (vice-presidente), José Rabaça (tesoureiro), Fernando Campos, Humberto Carneiro e Miguel Raimundo.