O Ministério da Cultura reconheceu, no final de maio, o interesse cultural do projeto ‘Arte Contemporânea nas Misericórdias’, desenvolvido pela União das Misericórdias Portuguesas (UMP) em parceria com a Cooperativa Árvore, entre 2013 e 2024. A decisão surge após uma candidatura da UMP, que prevê a realização de uma exposição coletiva e edição de um catálogo, com mais de cem telas que reinterpretam a missão e identidade das Santas Casas.

Segundo o vogal do Secretariado Nacional da UMP, responsável pela área do património, esta distinção é “motivo de júbilo pelo reconhecimento que representa a uma matriz que, para lá dos seus mais de cinco séculos, se vai afirmando com toda a atualidade”. Em particular, num momento em “que dois importantes marcos estão no horizonte, como são os 40 anos do Voz das Misericórdias, em 2025, e os 50 anos da União, em 2026”.

Em declarações ao VM, Nuno Reis considerou ainda que “pelo renome dos artistas, pela contemporaneidade das pinturas, pelos retratos de hoje ao que significa servir o próximo à luz das obras de misericórdia, sai valorizada a identidade das nossas instituições”.

Para o diretor do Departamento de Património Cultural da UMP, este “reconhecimento do governo português valoriza todo o projeto e é uma mais-valia para quem adquiriu as telas”. Responsável pela candidatura, Mariano Cabaço revelou que “foi um processo discreto, mas trabalhoso, iniciado em 2024, que configura a realização de uma exposição com o conjunto de obras produzidas, de 2013 a 2024, e a edição de um catálogo”. Seguir-se-á a “criação de uma equipa para angariar patrocínios destinados à exposição e publicação do catálogo”.

No âmbito deste reconhecimento, a UMP usufruirá de benefícios previstos no regime de mecenato cultural em todas as ações necessárias à execução do projeto.

Ao longo deste projeto, um conjunto de artistas foi convidado a reinterpretar a Senhora do Manto e as 14 obras de misericórdia.

Voz das Misericórdias, Ana Cargaleiro de Freitas